Segundo Mike Ryan, diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), a nova fase da pandemia de Covid-19 na Europa serve como um “alerta” para o resto do mundo. Nas últimas semanas, o Velho Continente tem observado um aumento no número de novos casos, hospitalizações e mortes em decorrência do novo coronavírus.
“É muito importante refletir sobre o exemplo da Europa, que representou mais da metade dos casos globais na semana passada, mas essa tendência pode mudar” disse Ryan. “Basta olhar para a curva epidemiológica da montanha-russa para saber que, quando se desce a montanha, geralmente se está prestes a subir outra”, acrescentou.
No começo deste mês, o mundo ultrapassou a marca de 5 milhões de mortes desde o início da pandemia. O feito foi classificado pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, como um “novo limiar doloroso”. Ontem (9), o mundo superou os 250 milhões de infecções pelo novo coronavírus.
De acordo com os indicadores recentes, a Europa vive uma nova onda de Covid-19 neste momento, principalmente entre pessoas não vacinadas. Com a chegada do inverno, que historicamente é um período de aumento de casos de síndromes respiratórias, diversos países estão se preparando para impor as medidas restritivas aplicadas antes do verão.
Europa volta a ser epicentro da pandemia de Covid-19
Com essa nova onda, a Europa voltou a ser o epicentro da pandemia de Covid-19, segundo o porta-voz do governo francês, Gabriel Attal.
Para combater o novo coronavírus, o presidente da França, Emmanuel Macron, determinou que a dose de reforço da vacina seja aplicada no país, que observa aumento de infecções desde o mês passado e hoje tem taxa de 62 casos a cada 100 mil habitantes.
Outro país que voltou a registrar alta nos indicadores da pandemia é a Alemanha. Como forma de conter a transmissão do novo coronavírus, o ministro da Saúde Jens Spahn anunciou que toda população que já tomou a vacina contra a Covid-19 será elegível para receber a dose de reforço seis meses após a segunda dose.
“A quarta onda da covid-19 no país está agora em pleno vigor”, afirmou Spahn em entrevista. Ontem (8), a taxa de infecção na Alemanha subiu para 201,1 casos por 100 mil habitantes, a maior desde o começo da pandemia em março de 2020.
A situação é ainda pior no Leste Europeu, onde países como Romênia e Bulgária não apenas enfrentam uma nova onda de Covid-19, como também não conseguiram avançar na vacinação da população. Enquanto a Romênia imunizou 40% dos adultos, a Bulgária vacinou apenas 27% desse grupo.