Você já ouviu falar na Carteira de Identidade Nacional (CIN)? O documento que substitui o tradicional RG começa a fazer parte da vida dos brasileiros, trazendo um número único (o CPF) e tecnologias que prometem mais segurança contra fraudes. Se você tem dúvidas sobre o que muda, quando trocar o documento e como solicitar a nova identidade, este guia responde tudo de forma simples e direta.
Por que o RG está sendo substituído pela Carteira de Identidade Nacional?
Desde o Decreto nº 10.977/2022, o governo federal instituiu a Carteira de Identidade Nacional para padronizar a identificação civil em todo o país. Enquanto cada estado emitia seu RG com numerações diferentes, a CIN usa o CPF como identificador único, evitando cadastros duplicados e facilitando a integração de bases de dados públicas. Segundo o Ministério da Gestão e Inovação, a medida também fortalece o combate a fraudes documentais, que geram prejuízos anuais bilionários ao poder público.
- Numeração unificada: o CPF passa a ser o único número de identificação civil.
- Padrão nacional: layout, dados e tecnologias de segurança seguem o mesmo modelo em todos os estados.
- Validade pré-definida: depende da faixa etária, variando de 5 anos para crianças a validade indeterminada para quem tem 60 anos ou mais.
Na prática, o cidadão não precisa correr para trocar o RG. O documento antigo vale até março de 2032, mas novas emissões e 2ª via já saem no formato da CIN.
O que torna a nova CIN mais segura e prática?
A Carteira de Identidade Nacional incorpora camadas de segurança digital e física, garantindo verificação rápida por órgãos públicos e empresas privadas. Dois itens se destacam:
- QR Code: permite conferir se a identidade é autêntica, perdida ou roubada. Qualquer smartphone decodifica o código e consulta a base governamental em segundos.
- MRZ (Machine Readable Zone): sequência de dados ópticos igual à dos passaportes, possibilitando o uso da CIN como documento de viagem em países com acordo com o Brasil, como os integrantes do Mercosul.
Além da via física, a versão digital fica disponível no aplicativo Gov.br, proporcionando acesso imediato ao documento em caso de necessidade, sem depender da carteira no bolso. O formato eletrônico também pode agregar dados da CNH, título de eleitor e carteira de trabalho, centralizando informações em um único app.
Passo a passo para solicitar a sua Carteira de Identidade Nacional
O processo de emissão varia levemente entre os estados, mas segue um roteiro comum:
- Agendamento: entre no site ou aplicativo da Secretaria de Segurança Pública/Instituto de Identificação do seu estado e escolha data, hora e posto de atendimento.
- Documentos obrigatórios: leve CPF, certidão de nascimento ou casamento (original ou cópia autenticada). Quem desejar incluir informações como tipo sanguíneo ou condição de saúde precisa apresentar laudo ou exame.
- Atendimento presencial: os dados biométricos (foto e digitais) são coletados, e o funcionário confere a documentação.
- Retirada ou entrega: em alguns estados, a CIN chega pelos Correios; em outros, há retirada no posto. Após a emissão, a versão digital surge automaticamente no aplicativo Gov.br.
A primeira via da Carteira de Identidade Nacional é gratuita em todo o Brasil. Já a segunda via, emitida por perda ou roubo, custa de R$ 30,00 a R$ 60,00 conforme a unidade federativa. Pessoas em situação de vulnerabilidade social inscritas no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa.
Prazos de validade e quem precisa trocar primeiro
Embora todos os RGs sigam válidos até 2032, alguns grupos devem ficar atentos aos prazos mais curtos:
- Crianças de 0 a 12 anos incompletos: CIN válida por 5 anos.
- Adolescentes e adultos de 12 a 60 anos incompletos: validade de 10 anos.
- Pessoas com 60 anos ou mais: validade indeterminada (têm direito à emissão gratuita quando desejarem).
Quem tirar segunda via de RG ou atualizar o CPF já recebe automaticamente a CIN. Portanto, se você perdeu o documento ou precisa alterar dados, sairá do posto com a nova carteira.
Principais dúvidas sobre a Carteira de Identidade Nacional
“Vou precisar carregar vários documentos ou a CIN substitui tudo?”
A Carteira de Identidade Nacional não elimina a CNH ou passaporte, mas na versão digital é possível integrar informações de outros registros, reduzindo a quantidade de papéis na carteira.
“Posso usar a CIN para viajar fora do Mercosul?”
Por enquanto, o uso como documento de viagem se restringe a países com acordo bilateral. Em rotas para Europa, EUA ou Ásia, o passaporte continua obrigatório.
“Como garantir que minha CIN seja aceita por empresas privadas?”
O QR Code facilita a conferência da autenticidade e já é reconhecido por bancos, companhias aéreas e operadoras de telefonia. Basta apontar a câmera e validar no portal governamental.
Dicas finais para manter seus documentos em dia
Mesmo com validade longa, guarde a Carteira de Identidade Nacional em local protegido da umidade e não plastifique. Caso perca a via física, registre boletim de ocorrência online e solicite segunda via imediatamente para bloquear o documento antigo via QR Code. Mantenha o aplicativo Gov.br atualizado; nele, você acessa a CIN digital mesmo sem internet, graças ao modo offline.
A transição do RG para a CIN marca um passo importante na modernização dos serviços públicos. Aproveite o período de coexistência para se organizar e atualizar seus dados quando houver necessidade real, evitando filas e taxas desnecessárias.