As melhores músicas da ditadura brasileira geralmente são aqueles clássicos da MPB, muitos deles compostos por artistas condenados ao exílio (antes ou depois de compô-los), e que por isso mesmo acabaram adquirindo um tom ainda mais dramático ao longo dos anos.
Elas falam de censura, assassinato, tortura, repressão, entre outros instrumentos que acabaram por ajudar na composição de um dos momentos mais tenebrosos da nossa história política. E o objetivo desse artigo é justamente fazer uma lista com algumas dessas obras que tinham a ditadura militar como o principal pano de fundo.
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1. “Cálice” (Chico Buarque e Milton Nascimento)
Escrito no ano de 1973, e publicado apenas em 1978, este talvez seja o principal símbolo entre as músicas que de alguma forma retratam esse período da política brasileira.
Em um brilhante jogo de palavras, os termos “cálice” e “cale-se” (em uma alusão às palavras de Jesus no Novo Testamento) ajudaram a compor um verdadeiro canto panfletário desse período ditatorial no país.
2. Alegria, Alegria (Caetano Veloso)
Outra obra panfletária desse período foi uma composição especialmente produzida no ano de 1967 para o Festival da Música Popular Brasileira, na Record. A principal proposta da música era “caminhar contra o vento, sem lenço e sem documento”, de forma a vencer a mesma resistência com que se vence essa poderosa força da natureza.
3. Apesar de você (Chico Buarque)
Para não perder o hábito, mais uma vez Chico Buarque, em 1970, lança um hino à resistência, ao reafirmar a esperança de que a queda do regime não tardaria a ocorrer. Mas o detalhe é que a obra só foi publicada em 1978.
4. O Bêbado e o Equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc)
Dessa vez é Elis Regina quem empresta a sua voz como instrumento para a propagação de um clássico da música popular brasileira.
A música “O Bêbado e o Equilibrista” foi composta no ano de 1979, e em uma das suas mais belas passagens avisa que “Azar, a esperança equilibrista sabe que o show de todo artista tem que continuar”.
5. É proibido proibir, Caetano Veloso
Aqui o próprio título já diz tudo. Alegria alegria, composta no ano de 1968, num outro singular jogo de palavras, chama a atenção para o Ato Institucional nº 5, que acabou por limitar os direitos individuais dos cidadãos brasileiros. Uma das melhores músicas da Ditadura.