Morreu nesta última segunda-feira (8), aos 75 anos, Rita Lee, a grande rainha do rock nacional. A cantora foi diagnosticada com um câncer no pulmão em 2021 e vinha fazendo tratamentos contra a doença.
Morre Rita Lee
A notícia foi confirmada pela família da artista. “Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou“, dizia o comunicado publicado nas redes sociais da artista. O velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibiapuera, nesta próxima quarta-feira (10), das 10h às 17h. Desejamos forças à família, amigos e legião de fãs.
Carreira
Irreverente, Rita ajudou a incorporar a revolução do rock à explosão criativa do tropicalismo, criando a banda brasileira de rock mais cultuada no mundo, os Mutantes. Sempre um passo à frente de seu tempo, a artista lutou pela independência feminina em seus quase 60 anos de carreira.
Aos 16 anos, integrou um trio vocal feminino, as Teenage Singers, e fez apresentações amadoras em festas de escolas. As performances chamaram atenção do cantor e produtor Tony Campello, que as chamou para participar de gravações como backing vocals. Em 1964, ela integrou o grupo de rock chamado Six Sided Rockers, que, depois de algumas mudanças de formações, deu origem aos Mutantes, em 1966. O grupo era formado, inicialmente, por Rita, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias.
O trio tornou-se um marco no rock, sendo reconhecidos e idolatrados por outros artistas como Kurt Cobain, David Byrne, Jack Whith, Beck, entre outros. Em 1967, eles participaram do ‘Domingo no parque’, com Gilberto Gil, no 3º Festival de Música Popular Brasileira da Record e, em 1968, com Caetano Veloso em ‘É Proibido Proibir’, no 3º Festival Internacional da Canção, da Globo – dois marcos da tropicália. Os Mutantes também participaram do álbum “Tropicália ou Panis et Circensis”, de 1968, a gravação fundamental do movimento. Ao todo, Rita lançou 40 álbuns, sendo seis dos Mutantes e 34 na carreira solo.
Ademais, a artista também se consagrou como escritora, tendo lançado a série ‘Dr. Alex’, em 1983 – que foi relançada em 2019 e 2020 -, com foco na luta pela causa animal e ambiental. Na literatura infantil, ela escreveu ‘Amiga Ursa: Uma história triste, mas com final feiz’. ‘FavoRita’, ‘Dropz’, ‘Storynhas’ e ‘Rita Lírica’ são outros livros escritos pela musa do rock.
Na TV, Rita participou das novelas ‘Top Model’, ‘Malu Mulher’, ‘Vamp’ e ‘Celebridade’ em participações especiais.
Autobiografia
O falecimento acontece dias antes do lançamento de uma nova biografia da cantora, onde ela conta mais detalhes de sua batalha contra o câncer. “Achei que nada mais tão digno de nota pudesse acontecer em minha vidinha besta. Mas é aquela velha história: enquanto a gente faz planos e acha que sabe de alguma coisa, Deus dá uma risadinha sarcástica”, disse ela, na divulgação da capa. O livro será lançado no dia 22 de maio, pela Globo Livros.