Mesmo com fortes chuvas, crise hídrica permanece até 2022

Nos últimos meses, o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas teve um aumento considerável em decorrência do retorno das fortes chuvas por todo o Brasil. Mas ainda assim, não foi o bastante para assegurar que o ano de 2022 fique livre de preocupações no setor elétrico.

 

Mesmo com fortes chuvas, crise hídrica permanece até 2022. (Foto: Reprodução/Google)

 

Segundo uma análise feita pelo Ministério de Minas e Energia e pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), durante os próximos 12 meses, o cenário hídrico do país, ou melhor dizendo, a pior crise hídrica que o Brasil enfrenta em 91 anos, continuará demandando atenção, bem como a manutenção de medidas excepcionais para garantir o fornecimento de energia.

Em nota, o ministério disse que: “A despeito da melhoria das condições de atendimento eletroenergético, tanto para 2021 quanto às perspectivas para 2022, permanece a situação de atenção e o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) mantém o trabalho de acompanhamento permanente”.

É importante esclarecer que todas as ações são baseadas em estudos prospectivos elaborados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico. Mas não para por aí, pois também deve haver o acompanhamento das outras iniciativas que já estão sendo executadas e que são cruciais para garantir a segurança no atendimento ao Sistema Interligado Nacional, sobretudo para 2022. 

Na visão do diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, a maior incerteza para o próximo ano está voltada à estação chuvosa. Isso porque, a previsão é para que ela se inicie em outubro, enquanto as afluências, a quantidade de água que chega até as usinas hidrelétricas, se mantêm em uma média histórica. 

Ainda assim, há incerteza sobre o volume de chuva até abril, época em que começa o período seco, evidenciando a crise hídrica. Ciocchi explica que a estação chuvosa das bacias hidrográficas situadas no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, consiste no período de maior incerteza de previsão, considerando a grande variação notada no histórico de precipitação dessa região, tanto em volume quanto em distribuição espacial.

Esta é a razão pela qual, o ano de 2022 continuará sendo um período delicado para a crise hídrica, evidenciando a necessidade de manter algumas das medidas preventivas a caráter emergencial adotadas no decorrer de 2021. 

Desta maneira, a recuperação dos reservatórios não irá depender somente da configuração de um período chuvoso relativamente bom, mas também da avaliação da manutenção de determinadas flexibilizações, além do uso das usinas térmicas que permitirá o escoamento de água. 

O resultado positivo será a previsão de entrada de 15 gigawatts de energia de novas usinas, quantidade equivalente a 8% da capacidade do país. Também haverá 16 mil quilômetros de novas linhas de transmissão, o correspondente a 10% da capacidade instalada. 

Laura Alvarenga

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