O mercado financeiro elevou pela 17ª semana seguida a projeção para a inflação do Brasil em 2021. Com uma alta firme de 0,23 ponto percentual (p.p), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou para 6,79%, ficando cada vez mais longe da meta para este ano.
Aliás, a meta da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e, para 2021, o órgão definiu a taxa em 3,75%. No entanto, os analistas do mercado financeiro apontam há semanas que a inflação ultrapassará em muito esta meta definida.
As informações estão presentes no relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (2). A propósito, a taxa para 2022 passou de 3,80% para 3,81%, mas continuou em 3,25% para 2023 e em 3,00% para 2024.
Inflação se afasta cada vez mais do limite definido
A saber, o CMN define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem papel muito importante. Em suma, o IPCA, calculado pelo instituto, funciona como previsão oficial da inflação. Além disso, o CMN tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%. Isso quer dizer que a inflação pode chegar até 5,25% e, mesmo assim, ela não extrapolará o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 6,79% supera em mais de 1,5% o limite superior definido.
Estimativa para o PIB sobe novamente
O relatório Focus também reportou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 5,30% em 2021. Na comparação com a última previsão do mercado, houve um alta bastante tímida de 0,01 p.p. Apesar do resultado pouco expressivo, foi suficiente para elevar para 15 o número de semanas consecutivas que traz estimativas mais animadoras para a economia brasileira.
Por outro lado, a projeção para os três anos seguintes ficou inalterada. O PIB deve crescer 2,10% em 2022 e 2,50% em 2023 e 2024. Já o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,10, valor um pouco mais alto do que o da última estimativa (R$ 5,09). Já a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, se manteve estável em 7,00%.
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