O mercado financeiro elevou pela 15ª semana seguida a projeção para a inflação do Brasil em 2021. Com uma alta firme de 0,20 ponto percentual (p.p), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou para 6,31%, ficando cada vez mais longe da meta para este ano.
A saber, a meta da inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a taxa em 3,75%. No entanto, os analistas do mercado financeiro apontam há semanas que a inflação ultrapassará em muito esta taxa definida.
As informações estão presentes no relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (19). A propósito, a taxa para os dois anos seguintes permaneceu a mesma: 3,75% para 2022 e 3,25% para 2023. Já a estimativa para 2024 caiu de 3,16% para 3,06%.
Inflação se afasta cada vez mais do limite definido
Em síntese, o CMN define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem papel muito importante. Em suma, o IPCA, calculado pelo instituto, funciona como previsão oficial da inflação. Além disso, o CMN tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%. Isso quer dizer que a inflação pode chegar até 5,25% e, mesmo assim, ela não extrapolará o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 6,31% supera em mais de 1,00% o limite superior definido.
Estimativa para o PIB sobe novamente
O relatório Focus também reportou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 5,27% em 2021. Na comparação com a última previsão do mercado, houve um alta bastante tímida de 0,01 p.p. Apesar do resultado pouco expressivo, foi suficiente para elevar para 13 o número de semanas consecutivas que traz estimativas mais animadoras.
Da mesma forma, a projeção para 2022 também subiu 0,01 p.p., passando de 2,09% para 2,10%. Já para os anos de 2023 e 2024, as estimativas continuaram as mesmas: o PIB deve crescer 2,50% em cada ano. Por fim, o dólar deve encerrar cotado a R$ 5,05, patamar igual ao da última estimativa. Já as projeções para a taxa básica de juros, a Selic, subiram um pouco, de 6,63% para 6,75%.
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