Hoje (8), a pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcolmo, afirmou que o medicamento contra Covid-19 Monupiravir, da farmacêutica americana MSD, funcionará como um “complemento à vacina”. A expectativa é que o remédio seja um tratamento profilático eficaz para impedir o avanço da doença.
“O medicamento não substitui a vacinação. Nós vamos testar em pessoas não vacinadas ainda, por razões metodológicas. Mas ele será, no futuro, um complemento à vacina”, explicou Dalcolmo em entrevista à CNN Brasil.
Junto com outros centros de pesquisa brasileiros, a Fiocruz fará parte do estudo internacional de fase 3 para avaliar o medicamento. A pesquisa será feita em sete locais do país, sendo dois da Fiocruz no Mato Grosso do Sul e no Rio de Janeiro. Os demais estados são Amazonas, Rio Grande do Sul e São Paulo.
De acordo com a pesquisadora, o tratamento com o Monupiravir tem potencial para ser o “verdadeiro tratamento precoce” contra a Covid-19, caso atinja os resultados esperados. O medicamento será usado para evitar que pessoas expostas ao novo coronavírus adoeçam.
“Nós vamos tratar as pessoas que vivem com aquela [diagnosticada e com teste positivo para covid-19] na mesma casa, durante 5 dias, tomando remédio uma vez a cada 12 horas. Então é um tratamento profilático, impedindo que a pessoa adoeça. O que seria uma coisa extraordinária”, disse.
Resultados do estudo do medicamento pela Fiocruz devem sair em até 6 meses
Segundo Dalcolmo, o medicamento registrou bons resultados nas fases anteriores dos testes, tendo inclusive sido avaliado em um estudo menor de fase 3. No entanto, a pesquisa acabou sendo interrompida porque “a diferença entre a ocorrência de doença entre os que usaram o medicamento e os que usaram placebo foi imensa, de 90%”.
No estudo internacional de fase 3 mais amplo, os voluntários serão acompanhados pelo período de um mês e passarão por exames. Os resultados definitivos devem ser obtidos dentro de seis meses.
Caso os resultados sejam positivos, o medicamento ainda precisará passar por testes, ter os resultados analisados por partes e publicados em uma revista científica confiável. Feito isso, ainda será necessário submeter o medicamento para registro nas agências regulatórias, que no caso do Brasil é a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).