Mariana Goldfarb revelou em entrevista para a colunista Patricia Kogut, nesta quinta-feira (26), que já sofreu assédio sexual. A jovem diz que estava em um provador de shopping, quando era adolescente, e o vendedor tocou as suas partes íntimas.
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“Eu só estava dentro do provador experimentando a roupa que ia comprar. Só falando quantas vezes forem necessárias a gente consegue se livrar dessas culpas”, começou ela, pontuando: “Já rolaram várias vezes. A última vez que rolou muito forte tem cinco anos, que foi nessa loja. Aconteceu no meio do horário comercial. Nunca mais voltei ao shopping nem me lembro do rosto da pessoa. Se eu voltasse a essa loja, não conseguiria identificar o rosto dele. Foi apagado da minha memória. Antes já tinha acontecido em local de trabalho inúmeras vezes. Modelo tem muito pouco valor, é uma profissão pouco respeitada. E na época eu trabalhava muito como modelo. As mulheres de maneira geral são desrespeitadas”.
A esposa de Cauã Reymond diz que ficou com medo de fazer a denúncia: “Às vezes me sinto muito irresponsável, porque o que esse cara fez comigo… Eu não fui a primeira. Eu procuro ferramentas que me botem para agir, que me botem para denunciar um cara desse. A gente tem medo de denunciar um cara que abusou da gente. Eu ainda estou entendendo o porquê. Que medo é esse?”.
Mariana fala sobre a importância do tema
Mariana Goldfarb frisou a importância sobre o tema: “Vamos nos curando juntas. Me fez muito bem, porque senti que não estava sozinha. Por mais que a gente veja, infelizmente, esse tipo de notícia o tempo todo, ter alguém ali também disposta a abrir uma coisa tão delicada num podcast é muito forte”.
“Para quem sofreu abuso, isso não vai embora. Você convive com aquilo, com medo, com culpa. E se eu tivesse agido de outra forma? E se tivesse denunciado, ido à polícia? E se eu tivesse feito alguma coisa? Por que eu não fiz nada? Será que estava com uma roupa inadequada? Esse pensamento machista, né? Será que fiz alguma coisa que deu a entender que o cara podia fazer isso?”, refletiu ela.
Por fim, ela afirmou: “Esse homem da loja não tenho como, porque não sei o nome dele, não me lembro nada, não sei nada. Fiquei completamente paralisada. Mas do trabalho eu posso denunciar ainda. É uma coisa que venho trabalhando, juntamente com minha analista, para conseguir fazer isso de uma maneira correta e consciente, mas para fazer. Queria poder te falar assim: ‘É esta pessoa aqui, nome, sobrenome, CPF e tal’. Mas não consigo fazer isso ainda”.
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