Mais de 33 milhões de brasileiros não têm o que comer diariamente

A pandemia da covid-19 impactou diversas atividades econômicas em todo o planeta, inclusive no Brasil. Com a perda de emprego e a redução da renda, muita gente sofreu para conseguir manter o mesmo nível de consumo. E quem mais sentiu o agravamento do cenário foram os mais pobres, que não tinham sequer comida diariamente.

De acordo com o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), havia 33,1 milhões de brasileiros sem ter o que comer diariamente em 2021.

Isso representa um acréscimo de 14 milhões de pessoas nessa condição no país. A saber, o 1º inquérito da entidade estimava em 19 milhões o total de brasileiros em situação de insegurança alimentar em 2020. Aliás, este número também superou em muito o resultado de 2018, quando havia 10,3 milhões de pessoas sem ter o que comer diariamente no Brasil.

Leia também: Preços mundiais dos alimentos sobem 22,8% em um ano

Pandemia agrava cenário da fome no Brasil

Embora o cenário já se mostrasse grave no país antes da pandemia da covid-19, a crise sanitária agravou a situação. Nos últimos anos, a pandemia dificultou o acesso da população mais pobre a uma alimentação básica, e isso não está melhorando.

“A pandemia surge neste contexto de aumento da pobreza e da miséria, e traz ainda mais desamparo e sofrimento. Os caminhos escolhidos para a política econômica e a gestão inconsequente da pandemia só poderiam levar ao aumento ainda mais escandaloso da desigualdade social e da fome no nosso país“, disse Ana Maria Segall, médica epidemiologista e pesquisadora da Rede PENSSAN.

De acordo com a entidade, “o país regrediu para um patamar equivalente ao da década de 1990“. A saber, o resultado do 1º inquérito, divulgado no ano passado, indicava que o Brasil havia retornado ao cenário da fome visto em 2004.

“A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora no cenário econômico, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornaram o quadro desta segunda pesquisa ainda mais perverso”, destacou a Rede PENSSAN.

Por fim, a pesquisa considerou a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), que também é utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em levantamento sobre a fome no país.

Veja ainda: Preço da cesta básica recua em 14 das 17 capitais pesquisadas em maio

Ruan Samarone

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