Mais de 220 mil pessoas ‘somem’ da fila do INSS após governo mudar metodologia

O Ministério da Previdência divulgou estatísticas que dizem respeito a fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Um fato interessante é que a lista conta com 223,6 mil requerimentos a menos do que o apontado em outro documento oficial produzido pelo próprio governo comandado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo informações publicadas neste domingo (27) pelo jornal “Folha de S. Paulo”, o ministério foi procurado, mas redirecionou os questionamentos ao INSS, que afirmou que os números foram obtidos de fontes distintas e que o boletim com o número maior vai “se adequar” para replicar a metodologia do documento que indicou a fila reduzida.

No mês passado, tanto a pasta quanto o INSS lançaram o chamado Portal de Transparência Previdenciária. Isso, sob a promessa de que o acesso dos cidadãos à situação da fila seria melhorado — a fila do INSS é um tema que gera incômodo para o governo Lula.

Na apresentação sobre a fila, consta que o número de requerimentos em fase administrativa de análise, de acordo com o novo painel, era de 1,2 milhão no mês de junho, dos quais 674,9 mil estavam represados havia mais de 45 dias.

A mesma pasta produz um documento que visa dar informações sobre a fila. O chamado Boletim Estatístico da Previdência Social (Beps) é publicado desde 1996 e está em seu 28º volume. Em junho deste ano, conforme este levantamento, a fila de requerimentos em fase administrativa era de 1,42 milhão, dos quais 809,4 mil pedidos aguardavam resposta havia mais de 45 dias.

Neste levantamento, conforme as informações, não estão incluídos os pedidos que dependem da realização de perícia médica, que compõem uma fila paralela – esses requerimentos somam 596,7 mil. Isso, de acordo com Portal da Transparência. O Beps não divulga dados sobre estoque de perícias desde abril de 2022.

Segundo o INSS, a diferença nos números “não representa uma inconsistência, mas sim uma metodologia distinta de coleta e análise dos dados”. Por outro lado, conforme a “Folha de S. Paulo”, técnicos da área que preferiram não se identificar dizem que é um problema grave o governo divulgar dois dados diferentes de uma mesma fila de requerimentos administrativos, visto que ambos são extraídos da base do INSS.

Ainda conforme um técnico do INSS em entrevista ao jornal citado, a sinalização dada vai, inclusive, na contramão da pretensão do governo, que afirma querer ter maior transparência aos dados. Além disso, essa fonte afirma que não vale dizer que a melhor fonte de dados é a que exibe a menor fila.

Leia também: Preciso converter AUXÍLIO-DOENÇA em AOSENTADORIA POR INVALIDEZ, o que fazer?

Alisson Ficher

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