Lula classifica ataques de Bolsonaro a urnas como ‘idiotice’

“Idiotice”. É assim que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou nesta sexta-feira (29) os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu encontro com embaixadores estrangeiros na semana passada no Palácio da Alvorada. Segundo o petista, ele nunca imaginou que veria um chefe do Executivo tomando tal atitude.

“Eu nunca imaginei, nos meus 76 anos, nos meus 50 anos de participação política, que nós veríamos um presidente cometendo a idiotice de chamar os embaixadores de quase 70 países para fazer o pior papel que um presidente pode fazer, que é mentir e vender uma ideia falsa de que, no Brasil, a democracia corre risco por causa das urnas eletrônicas. Justamente ele, que desde 1998 é eleito pela urna”, disse Lula.

A declaração do ex-presidente foi feita durante a convenção nacional do PSB, em Brasília, no Distrito Federal –  o encontro marcou a aprovação da federação PT-PV-PCdoB, o apoio à candidatura do ex-presidente e ainda confirmou Geraldo Alckmin (PSB) como vice na chapa de Lula.

Em outro trecho de seu discurso, Lula afirmou que jamais teve problemas com as Forças Armadas e que as instituições não podem ser tratadas como “objeto” – a fala acontece porque, atualmente, a oposição acusa Bolsonaro de tentar atrair os militares para que eles apoiem às suspeitas levantadas pelo atual chefe do Executivo de que o sistema eleitoral brasileiro não é seguro.

“Nunca tive nenhum problema com as Forças Armadas porque as Forças Armadas elas têm suas funções estabelecidas na Constituição. As Forças Armadas nunca perguntam para que nem o porquê da decisão de um presidente. Eles cumprem”, começou Lula.

De acordo com ele, o que precisa haver é uma “relação de respeito”. “É uma relação em que cada um cumpra com a sua função e não ter um presidente que trata as Forças Armadas como se fossem um objeto na mão dele”, afirmou o ex-presidente que, na quarta (27), havia dito que os militares são “mais responsáveis” que Bolsonaro e que, por isso, não acreditava que as Forças Armadas poderiam patrocinar um golpe.

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