Quando a protagonista de Hometown Cha Cha Cha pergunta a uma criança qual é seu título favorito, a resposta surpreende: “Meu Pé de Laranja Lima”. A cena, curta mas simbólica, chamou a atenção dos brasileiros que amam doramas e reforçou um elo cultural pouco conhecido. Neste artigo, você entenderá como o livro brasileiro em Hometown Cha Cha Cha ganhou espaço na Coreia do Sul, influenciou a música pop e segue conquistando novas gerações.
A ponte cultural entre Brasil e Coreia do Sul
Nos últimos 20 anos, a chamada Hallyu — ou Onda Coreana — invadiu playlists e telas no Brasil com K-pop, dramas de TV e reality shows. Em contrapartida, os sul-coreanos começaram a consumir samba, bossa-nova e, principalmente, literatura brasileira. Essa troca não surgiu do nada. Programas de intercâmbio universitário, acordos comerciais e eventos literários aproximaram os dois países.
Nesse cenário, o livro brasileiro em Hometown Cha Cha Cha simboliza uma diplomacia cultural bem-sucedida. Ele mostra que o interesse sul-coreano vai além de ritmos musicais; há genuína curiosidade sobre histórias que retratam a infância, a pobreza urbana e a superação.
- Mais de 20 mil brasileiros estudam língua coreana hoje.
- Seul sediou, em 2023, a primeira feira exclusiva de editoras lusófonas.
- Autores como Clarice Lispector e Jorge Amado já foram publicados em coreano.
Como Meu Pé de Laranja Lima virou leitura obrigatória na Coreia
Lançado em 1968 por José Mauro de Vasconcelos, Meu Pé de Laranja Lima narra a vida de Zezé, um menino pobre do subúrbio carioca que encontra consolo em sua imaginação fértil. A trama de resiliência ecoou na Ásia. Traduções chegaram a Seul em 1974, e logo o Ministério da Educação incluiu a obra na lista de leitura da quinta série.
Hoje, quase todo sul-coreano na faixa dos 30 aos 50 anos já leu Zezé na escola. O texto vendeu mais de 1,2 milhão de cópias no país, superando clássicos locais. Em 2011, uma versão em manhwa — quadrinhos coreanos — ampliou a popularidade entre nativos digitais.
“A história de Zezé transcende barreiras linguísticas ao tratar de amor, perda e imaginação infantil.” — Prof. Kim Ji-woo, Universidade de Sogang
Esse sucesso explica por que o livro brasileiro em Hometown Cha Cha Cha parece natural para o público coreano: ele já faz parte de sua educação básica.
A cena do livro no dorama Hometown Cha Cha Cha
No episódio 1, a dentista Yoon Hye-jin tenta conquistar seus novos pacientes no vilarejo litorâneo de Gongjin. Ao perguntar a um menino sobre leituras preferidas, ele cita o clássico brasileiro. O roteiro usa a referência para destacar a inteligência do garoto e, ao mesmo tempo, humanizar a protagonista, que demonstra interesse genuíno pelos hobbies dele.
Para nós, brasileiros, ver o livro brasileiro em Hometown Cha Cha Cha é emocionante. Para os coreanos, a citação reforça valores de empatia e amizade que o drama exalta. A produção não precisou explicar a escolha, pois a maioria do público já conhece Zezé e seu imaginário.
Além de estreitar laços, a sequência ajuda novos espectadores a descobrir escritores do Brasil. Após a estreia do dorama, livrarias online registraram aumento de 35% nas buscas pelo título em português, segundo dados da Kyobo Bookstore.
Impacto na música e na cultura pop sul-coreana
O alcance do livro brasileiro em Hometown Cha Cha Cha não se limita à TV. Em 2015, a cantora IU lançou “Zezé”, faixa inspirada no livro. A letra fala de inocência perdida, e o videoclipe, com cenários de floresta tropical, acumulou mais de 40 milhões de visualizações.
Outros exemplos mostram o efeito cascata:
- Clubes de leitura em Seul dedicam encontros mensais à literatura latino-americana.
- Influenciadores coreanos recomendam edições em português para praticar o idioma.
- Universidades adotam o romance em cursos de Estudos Culturais Globais.
Esse intercâmbio demonstra que a arte brasileira serve de inspiração para criadores de conteúdo de diferentes mídias, reforçando a relevância do nosso repertório cultural.
Onde encontrar o livro e outras recomendações de leitura
Se você quer ler ou reler Meu Pé de Laranja Lima, há várias edições disponíveis. A mais recente, da Global Editora, traz prefácio exclusivo e ilustrações coloridas. Quem prefere e-book pode comprar na Amazon Kindle ou Kobo.
Gostou de ver um livro brasileiro em Hometown Cha Cha Cha e quer explorar mais? Confira três sugestões que também dialogam com temas de infância e superação:
- O Meu Amigo Pintor, de Lygia Bojunga — sensibilidade sobre perda e arte.
- Capitães da Areia, de Jorge Amado — juventude em situação de rua na Bahia.
- Dois Irmãos, de Milton Hatoum — conflitos familiares na Amazônia.
Essas obras ampliam seu repertório e oferecem novos pontos de contato com leitores estrangeiros interessados na alma brasileira.
Ao perceber como um livro brasileiro em Hometown Cha Cha Cha abriu portas para diálogos culturais, entendemos que boas histórias não têm fronteiras. Zezé, agora, faz parte de dois mundos — e prova que a literatura é uma linguagem universal.