Uma operação deflagrada nesta quinta-feira (24) pela Polícia Federal (PF) culminou na prisão de Tupirani da Hora Lores, que é líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo. Segundo a corporação, o homem é acusado de ter cometido crimes de racismo.
Durante as investigações, a PF teve acesso a uma gravação que mostrava o suspeito, durante um culto religioso, afirmando que os judeus “deveriam ser envergonhados como foram na Segunda Guerra Mundial”.
Além dos judeus, Tupirani, que foi preso em sua casa, que também servia como sede da igreja, no Morro do Pinto, na região central do Rio de Janeiro, atacava outras religiões como aquelas de origem afro.
Essa não foi a primeira vez que a corporação havia ido na casa do suspeito. Isso porque no ano passado, agentes da corporação foram até o local para cumprir mandados de busca e apreensão.
Conforme aponta o órgão federal, além de crimes como racismo, o líder religioso também foi condenado por incitação e apologia de crime. Somadas, as penas dos crimes em questão podem chegar a 26 anos de reclusão.
Federação Israelita parabeniza PF
Depois que a prisão do acusado foi divulgada, a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) publicou uma nota parabenizando os trabalhos da PF, dizendo ainda que a ação é fundamental para conter esse tipo de crime.
“É a certeza da aplicação da lei contra o racismo que poderá em um primeiro momento conter esse mal que alicerça o ataque a segmentos historicamente discriminados. Em outra vertente, a educação para que as gerações futuras não mais reproduzam o racismo”, disse a entidade.
Segundo a Polícia Federal, Tupirani foi a primeira pessoa no Brasil a ser condenada no Brasil por intolerância religiosa. Isso aconteceu em 2009, quando ele e um seguidor chegaram a ser detidos no Rio de Janeiro.
À época, Tupirani tinha um blog e, por lá, pregava o fim da Igreja Assembleia de Deus e também praticava intolerância contra outras religiões. Ele chegava a chamar os seguidores dessas entidades de “diabos” e “adoradoras do demônio”. Não suficiente, ele também associava figuras de pais de santo a homossexuais. Tudo isso, segundo a PF, de forma pejorativa.
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