O sargento da Marinha, Aurélio Alves Bezerra, de 40 anos, vai responder pelo crime de homicídio doloso por conta da morte do vizinho, Durval Teófilo Filho, de 38. A decisão foi tomada pela Justiça do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (04). Essa decisão é contrária ao indiciamento da Polícia Civil, que havia classificado o crime como culposo, ou seja, onde não existe a intenção de matar.
Além de dizer que o homicídio foi doloso, a Justiça carioca também converteu a prisão do sargento de temporária em preventiva. Segundo a juíza Ariadne Villela Lopes, a conversão da prisão é necessária “para a garantia da ordem pública e para a conveniência da instrução criminal, e não em razão de pressão ou clamor social”.
Assim como publicou o Brasil123, o crime aconteceu na noite de quarta-feira (02) em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, quando o carro de Durval foi alvejado três vezes pelo militar, que alegou ter achado que a vítima, que era seu vizinho, iria assaltá-lo.
Despedida a Durval
O enterro de Durval aconteceu na tarde desta sexta no Cemitério São Miguel, em São Gonçalo. Muito abalada, Luziane Teófilo, mulher da vítima, “agradeceu” o militar por ter “destruído sua vida”. “Muito obrigada, senhor Aurélio, por destruir a minha vida, da minha filha, da minha família”, disse.
“Estou aqui sangrando. Ele não deu chance de o meu marido viver. Eu não vou te perdoar. Isso não foi engano, foi uma covardia, foi racismo, foi despreparo, mas ele vai pagar”, afirmou a mulher, questionando ainda o entendimento da Polícia Civil, que disse que o crime não havia sido doloso.
“Falar que não foi intencional? Estou enterrando meu marido por causa da imprudência dele. Eu espero que o senhor esteja feliz. E agora, é o senhor que vai levar ela para escola? É o senhor que vai contar história para dormir? Ela chamava o Durval de super-herói e tinha o melhor pai do mundo”, desabafou a mulher.
Protesto por conta da morte
Além do choro e lamentação pela morte de Durval, familiares e amigos do homem realizaram um protesto. Usando cartazes, eles classificaram que o crime do militar foi motivado por racismo. “Vidas negras importam” e “Queremos Justiça por Durval”, estampava algumas das faixas.
Leia também: Médica é suspeita de torturar companheiro; ela já foi condenada por mandar cortar o pênis do ex