Começou nesta sexta-feira (11) o julgamento de sete policiais militares acusados de sequestrar e matar um jovem de 23 anos em abril deste ano na cidade de São Paulo. Quem julga o caso é Tribunal de Justiça Militar (TJM).
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De acordo com as informações, o julgamento virtual reuniu cerca de 300 pessoas. Conforme decisão do juiz presidente do Conselho de Justiça, o rosto dos réus – dois sargentos, dois cabos e três soldados da PM – não foram mostrados nas gravações.
Relembre o caso envolvendo
Uma câmera de segurança registrou o momento em que os policiais pararam e revistaram o vendedor ambulante na favela do Areião, David Nascimento dos Santos, de 23 anos, morto na noite de 24 de abril.
Duas horas depois, o corpo do jovem foi encontrado em uma favela de Osasco, na Grande São Paulo. Em um primeiro depoimento, os policiais disseram que David foi morto em um confronto, durante uma perseguição a ladrões de carro.
No entanto, depois que o programa “SP2” da “Rede Globo” divulgou as imagens, os policiais afirmaram que o homem colocado na viatura não era David. Todavia, duas testemunhas disseram ter visto o vendedor sendo levado pelos PMs naquela noite.
Durante o julgamento, o promotor da Justiça Militar Edson Correa Batista voltou a acusar os PMs de três crimes: fraude processual, falsidade ideológica e formação de grupo para a prática de violência.
“Dos cinco disparos que atingiram, legista afirmou que estavam em plano superior à vítima. Então, vejam, há uma contradição entre os depoimentos e o laudo pericial”, contou o promotor.
Por outro lado, o advogado dos policiais militares defendeu que eles são inocentes. “A defesa entende que os crimes não ocorreram. Inexistência dos crimes, dos três delitos”, afirmou.
Depois da defesa e acusação, os cinco juízes dão o veredicto. O julgamento analisou apenas os crimes militares praticados pelos PMs. Por decisão do Superior Tribunal de Justiça, caberá à Justiça comum decidir se os sete PMs tiveram ou não participação no assassinato do vendedor ambulante.
A investigação ainda não terminou e, se condenados, os policiais podem pegar pena que varia de 12 a 30 anos de prisão.