Jornada de 4 dias de trabalho será testada no Brasil; entenda como irá funcionar

De antemão, o cenário desgastante e estressante que milhões de trabalhadores brasileiros enfrentam todos os dias é motivo para se buscar soluções inovadoras. Afina de contas, longas jornadas de trabalho, pouco tempo para descanso e lazer, juntamente com a pressão por resultados e competitividade, levavam a altos níveis de estresse e esgotamento mental.

Nesse sentido, visando promover uma mudança significativa nesse cenário, o Brasil se inspira em Portugal. Isso, levando em conta que este é um país que ousou experimentar a jornada de trabalho de 4 dias sem redução salarial, buscando uma maior produtividade e qualidade de vida para os trabalhadores.

Brasil se inspira em Portugal e testa jornada de trabalho de 4 dias

Primeiramente, Portugal deu o primeiro passo ao iniciar testes com horário de trabalho reduzido sem afetar o rendimento dos trabalhadores. Para esclarecer, a proposta apoiada pelo governo português encontra-se em fase de análise, procurando conclusões sólidas sobre o impacto desta alteração.

Em geral, o objetivo principal é verificar se a redução da jornada de trabalho pode levar ao aumento da produtividade e do consumo do trabalhador. Assim, com o novo modelo de trabalho, espera-se que os profissionais consigam conciliar melhor a vida pessoal com a profissional. Isso lhe dará mais tempo para descansar, tempo livre e vida familiar.

Empresas brasileiras estão envolvidas no projeto

Antes de tudo, algumas empresas brasileiras, decididas a tirar suas próprias conclusões, pegam o exemplo de Portugal e experimentam a jornada de trabalho de 4 dias em seus estabelecimentos.

Em suma, a parceria entre a Reconnect Happiness e a 4 Day Week Global, empresa que realiza esse tipo de teste em diversos países, permitirá a aplicação do projeto no Brasil.

Mesmo com a possível reação de empresas preocupadas com a redução da produtividade dos funcionários, os resultados observados em outros países, como o Reino Unido, foram positivos.

As informações indicam que 92% das empresas que aplicaram o teste decidiram manter a jornada semanal de 4 dias, e 71% das quase 3.000 pessoas que participaram apresentaram redução nos casos de burnout.

Diretora da 4 Day Week do Brasil faz depoimento

Diante desse cenário, Rentana Rivetti, diretora da 4 Day Week do Brasil, destaca que atualmente as pessoas estão reavaliando suas vidas e carreiras. Além de questionar o excesso de comprometimento com o trabalho.

De uma maneira resumida, o novo modelo de jornada de trabalho busca promover o equilíbrio entre trabalho e felicidade. Isso quer dizer que com a conscientização e aceitação das mudanças de hábitos por parte dos líderes das organizações.

Teste em Portugal com apoio do governo

Outro detalhe crucial é que o governo português mostrou-se entusiasmado em apoiar o projeto e prestou apoio técnico e administrativo às empresas participantes durante os seis meses de experiência.

A participação das empresas é, portanto, voluntária e permite que elas interrompam o teste se assim o desejarem. Seguindo o exemplo de Portugal, se o Brasil resolver fazer um teste.

Sendo assim, empresas com 20 funcionários terão que pagar um valor próximo a R$ 7 mil. Já as com mais funcionários, em torno de mil funcionários, custarão em torno de R$ 75 mil.

Em suma, esse investimento é considerado pequeno se comparado aos benefícios para a saúde mental, física e emocional dos trabalhadores.

Um passo para a nova realidade na jornada de trabalho no mercado atual

Acima de tudo, a iniciativa de testar a jornada de trabalho de 4 dias no Brasil, inspirada na bem-sucedida experiência em Portugal, promete trazer novas perspectivas para o ambiente corporativo.

No entanto, a busca por uma melhor qualidade de vida, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e a redução do estresse e desgaste psicológico são os pilares que sustentam essa mudança.

Dessa forma, com o apoio de empresas e governos, é possível que o Brasil caminhe para uma nova realidade de trabalho, onde o bem-estar do trabalhador seja valorizado tanto quanto a produtividade.