João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus, recebeu, nessa terça-feira (14), a autorização do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) para que ele deixe a cadeia e volte a cumprir prisão domiciliar por conta de uma série de abusos sexuais contra mulheres durante seus atendimentos espirituais.
João de Deus vem cumprindo pena desde 2018. Neste meio tempo, ele revezou entre ficar em casa e no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, local em que ele se encontra atualmente, depois de ter voltado por conta de um pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO).
Segundo o órgão, que o denunciou por estupro de vulnerável, o pedido de prisão, aceito no dia 28 de agosto, aconteceu porque, de acordo com o MP, as vítimas se sentem inseguras com ele cumprindo pena em regime domiciliar.
Antes de voltar para a cadeia, João de Deus já estava cumprindo pena em regime domiciliar por conta da pandemia da Covid-19, mas acabou voltando quando o MP protocolou a 15ª denúncia contra ele.
Com a decisão da Justiça, João de Deus deve ser liberado ainda nesta quarta-feira (15) para voltar a responder pelos seus crimes em sua casa, em Anápolis, Goiás.
O pedido da defesa
Segundo a defesa de João de Deus, o pedido de prisão domiciliar foi feito com base na dignidade da pessoa humana, visto que o ex-líder espiritual possui diversas doenças crônicas e conta com uma idade avançada.
“O réu tem mais de 80 anos, além da ausência da ocorrência de novos crimes e a falta de contemporaneidade da prisão decretada com os fatos sob investigação”, informou os defensores.
Em outro momento, a defesa de João de Deus “reitera o comprometimento de João Teixeira com o atendimento de todas as decisões judiciais, bem como repudia a exposição cruel e desarrazoada da sua imagem, sempre em contexto de espetáculo público”.
As denúncias contra João de Deus
Os relatos sobre os abusos de João de Deus começaram a aparecer em dezembro de 2018, quando mulheres revelaram que foram abusadas sexualmente pelo acusado durante atendimentos espirituais na casa Dom Inácio de Loyola.
De lá para cá, mais de 300 denúncias foram recebidas contra o ex-líder religioso. Desde então, ele já foi condenado por posse ilegal de arma e crimes sexuais contra dez mulheres.
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