Mais um caso de racismo no futebol
Na noite da última terça-feira (08), o mundo do futebol foi sacudido por mais um caso de racismo. Tais eventos que geralmente são protagonizados por torcedores ou atletas rivais, ocorreram de maneira diferente na capital francesa. Jogavam Paris Saint Germain e Istambul Basaksehir, disputando vaga na fase decisiva da UEFA Champions League, quanto o quarto árbitro proferiu palavras explicitamente racistas contra Pierre Webó, auxiliar técnico da equipe turca.
O futebol dessa vez parou
A ofensa racial praticada pelo árbitro romeno Sebastian Coltescu, foi recebida com indignação pelos presentes no banco de reservas da equipe turca. A revolta se alastrou para dentro de campo, unindo atletas de ambas as equipes, com destaque para o Atleta de origem senegalesa Demba Bá. O responsável por liderar as contestações e da paralisação do jogo, que acabou sendo adiado para a quarta-feira (09).
Havia em campo a presença de atletas brasileiros, com destaque para Neymar e Marquinhos que apoiaram a atitude da equipe turca. Contribuindo para que o jogo não continuasse na presença do agressor romeno que, em tese, estava por perto para ajudar o árbitro de campo a gerir a partida.
Repercussão
O assunto ganhou destaque na imprensa e nas redes sociais, marcando presença nos trend-topics do Twitter. A relevância do tema também gerou uma grande quantidade de declarações de atletas e celebridades, inclusive do próprio causador de toda a confusão. O árbitro Sebastian Coltescu afirmou ao jornal romeno Prosports:
“Só estou tentando ser bom. Não vou ler nenhum site de notícias nesses dias. Quem me conhece sabe que não sou racista! Pelo menos espero que sim”
Além do principal envolvido nesse caso, outras tantas personalidades do esporte deram seu apoio à vítima (Pierre Webó) e ao líder da contestação (Demba Bá). Entretanto, comentários infelizes também ganharam destaque, principalmente o feito pelo técnico do Benfica, o português que há poucos meses fazia sucesso no Brasil afirmou em entrevista coletiva:
“Não sei o que aconteceu, o que se falou, o que se diz, mas hoje está muito na moda isso do racismo. Como cidadão tenho direto de pensar à minha maneira e só posso ter uma opinião concreta se souber o que se disse naquele momento. Porque hoje qualquer coisa que se possa dizer contra um negro é sempre sinal de racismo. A mesma coisa dita contra um branco já não é sinal de racismo“.
Jesus e o racismo
Enquanto esteve no Brasil, Jorge Jesus não emitiu muitas opiniões políticas ou sobre questões sociais, menos ainda sobre a temática racial. Teria sido melhor continuar concentrado em sua atividade fundamental? O racismo é estrutural, não está na moda. As reações contra atitudes racistas e violências praticadas devido à intolerância racial estão na moda, mas isso não faz parte do problema, pelo contrário, reagir é a solução.