Um dado triste foi revelado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): uma em cada cinco alunas de 13 a 17 anos, isto é, 20% delas, dizem que já sofreram algum tipo de violência sexual. De acordo com o instituto, elas afirmam que já foram tocadas, manipuladas ou beijadas contra a própria vontade, ou tiveram partes do corpo expostas sem autorização em alguma parte da vida.
Segundo o IBGE, o levantamento, divulgado nesta sexta-feira (10), foi conduzido pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, que ainda mostrou que os meninos também sofrem por conta da violência sexual, mas em um número muito inferior: 9%.
Conforme relatou a pesquisa, para chegar neste resultado, um questionário foi apresentado a jovens do 7º ano do ensino fundamental ao 3º do ensino médio, com garantia de anonimato nas respostas. Desta forma, concluiu-se que o ato de maior gravidade, isto é, o sexo forçado, foi o mais relatado pelas estudantes. De acordo com o levantamento, 8,8% das alunas afirmam que foram vítimas do crime – entre os meninos, o percentual relatado foi de 3,7%.
Dados pré-pandémicos
Os dados divulgados nesta sexta (10) foram registrados antes da pandemia. Sendo assim, afirmam especialistas, atualmente, este número pode estar ainda maior. Isso porque, conforme divulgou a própria Organização Mundial da Saúde (OMS), durante o confinamento, tem existido um maior risco de violência.
Onde as alunas mais sofrem
Segundo os dados do PeNSE, é na região Norte que as alunas mais sofrem esses tipos de abusos. Isso porque, de acordo com o estudo, 17,1% das jovens daquela região afirmam que já sofreram algum tipo de violência sexual. Em alguns estados específicos da região, o número é ainda maior, como no Amapá, que teve o índice beirando os 24%.
Por fim, o estudo faz um ranking de quem são os principais agressões. Com isso, constata-se que são os namorados (as) que praticam a maioria desses abusos (29,1%). Em seguida aparecem os amigos (24,8%), desconhecidos (20,7%) e membros da família (16,4%).
Leia também: Crianças relatam abusos dentro de casa durante a pandemia após volta às aulas