Haddad indica Galípolo para diretoria do Banco Central

Na tarde de ontem, 8, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou dois nomes para a diretoria do Banco Central. Apesar de precisarem passar por uma sabatina no Senado, economistas esperam um aumento de influência do governo no COPOM, comitê que determina a taxa de juros. Dentre os nomes, o mais conhecido é o de Gabriel Galípolo.

Contudo, a nomeação de Haddad gerou temores no mercado, que viu o dólar subir no pregão de ontem (8). Apesar disso, nesta terça-feira, 9, a moeda voltou a se desvalorizar, fechando abaixo dos R$ 5 novamente.

Quem são os indicados por Haddad?

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou dois nomes para a diretoria do Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM). Os indicados devem aumentar a influência do governo na autarquia em meio a um impasse entre o Executivo e o BC em relação à continuidade da taxa de juros nos atuais patamares.

Veja, abaixo, quem foram os indicados por Haddad:

  • Ailton de Aquino Santos: é servidor do Banco Central e já ocupou o cargo de chefe do departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira da entidade. Em caso de aprovação na sabatina, será o primeiro diretor negro do Banco Central.
  • Gabriel Galípolo: economista mais conhecido e também braço direito do atual presidente, Lula, é atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, chefiado por Haddad.

No caso de Galípolo, o fato de ser o segundo em importância hierárquica no Ministério da Fazenda, a nomeação gerou temores para o futuro do país. Isso porque o mercado entende que haverá um aumento na influência de Lula sobre o BC, além de um maior impasse em relação à condução da política monetária.

A polêmica envolvendo Galípolo

O economista Gabriel Galípolo é um nome conhecido no mercado financeiro, além de ser um grande articulador histórico com o PT, partido do atual presidente. Para economistas, a noemação feita por Haddad já era esperada e, dentro do atual cenário, a melhor escolha. Por outro lado, outros economistas entendem que haverá uma influência do governo no BC. Vale lembrar que isso não deveria acontecer, segundo a lei da autonomia do Banco Central.

Desde a transição, Galípolo foi um grande articulador de conversas entre o novo governo e agentes importantes do mercado. Além disso, é visto como um economista heterodoxo, uma vertente contrária ao que pregava o antigo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Por conta disso, a nomeação feita por Haddad é polêmica e os agentes de mercado ainda tentam entender os impactos de uma provável aprovação de Galípolo para o Banco Central. Recentemente, Lula voltou a criticar os juros. Ao mesmo tempo, o Banco Central afirma que a inflação deve cair nos próximos meses, o que pode favorecer a queda da Selic.

Pedro Hostyn

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