Na manhã desta quinta-feira (2), o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que o ideal para a terceira dose da vacina contra Covid-19 é usar um imunizante diferente daquele dado nas primeiras aplicações. É a primeira vez que o governo paulista defende a intercambialidade de vacinas.
Segundo entrevista de Gorinchteyn à CNN, “essa intercambialidade ocorrerá” em São Paulo e qualquer uma das vacinas disponíveis no país e aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem potencial de promover o reforço desejado para a terceira dose.
“O que precisamos é fazer imunização de forma ágil para proteger essas pessoas, principalmente porque já temos no nosso território a variante Delta.”, afirmou o secretário.
No entanto, a falta de doses disponíveis para o estado, o esquema de intercambialidade não acontece como o governo paulista gostaria, de acordo com Gorinchteyn. “Nós temos hoje um repositório de vacinas ainda limitado”, disse ele à CNN.
Ministério da Saúde quer 3ª dose com a vacina da Pfizer
O Ministério da Saúde, por outro lado, afirma que a dose de reforço deve ser, preferencialmente, feita com a vacina da Pfizer.
“Em função sobretudo da Delta e da necessidade de aumentar a proteção da população, estávamos tratando de reforço de dose. E esse reforço será direcionado primeiro àqueles indivíduos imunossuprimidos, por exemplo, pacientes transplantados. Então, esses que são imunossuprimidos, desde que tenham tomado uma dose de vacina depois de 21 dias, nós vamos aplicar um reforço e a vacina será a vacina da Pfizer”, disse o ministro Marcelo Queiroga.
Caso não haja disponibilidade, Queiroga recomenda o uso da AstraZeneca ou da Janssen, deixando a CoronaVac de fora da campanha da terceira dose, o que gerou críticas por parte do Instituto Butantan e do governo de São Paulo.
Na opinião do secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, estudos realizados na China atestam a eficácia da CoronaVac como dose de reforço, elevando a produção de anticorpos em até 77%.
“Portanto, é uma vacina boa e que deve estar inserida nessa vacinação. Por isso, o governo de São Paulo fará dessa maneira”, disse o secretário ao defender o uso da CoronaVac como terceira dose.