Wilson Lima (PSC), governador do Amazonas, se tornou réu nesta segunda-feira (20) após uma decisão unanime da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O político é acusado pelo Ministério Público (PM) de fazer parte de um suposto esquema que praticou o crime de desvio de recursos públicos na compra de respiradores destinados ao tratamento dos pacientes com Covid-19.
A denúncia contra Wilson Lima foi apresentada em abril deste ano pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Na ocasião, a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, afirmou que o esquema instalado durante o governo de Wilson Lima era uma verdadeira organização criminosa que tinha por propósito a prática de crimes contra a administração pública.
“Especialmente a partir do direcionamento de contratações de insumos para enfrentamento da pandemia, sendo certo que, em pelo menos uma aquisição, o intento se concretizou”, disse a subprocuradora-geral. Além dele, outros 15 suspeitos são acusados dos crimes, que podem ter dado um prejuízo de mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos.
Wilson Lima reclamou da decisão
Ainda com a sessão, que terminou em 12 votos a zero, em andamento no STJ, o governador divulgou uma nota para contestar as acusações que hoje são feitas contra ele. “Sobre a decisão de hoje, afirmo: as acusações contra mim não têm fundamento e tampouco base concreta, como ficará provado no decorrer do julgamento”, começou.
De acordo com Wilson Lima, ele nunca recebeu qualquer benefício em função de medidas que tomou como governador. “A acusação é frágil e não apresenta nenhuma prova ou indício de que pratiquei qualquer ato irregular”, relatou.
“Agora, terei a oportunidade de apresentar minha defesa e aguardar, com muita tranquilidade, a minha absolvição pela Justiça. Tenho confiança na Justiça e a certeza de que minha inocência ficará provada ao final do processo”, conclui o político.
Agora, as investigações partirão para a fase de colheita de depoimentos de testemunhas e a coleta de provas. Após essa fase, acontecerá o julgamento, que é quando se determinará se os acusados serão condenados ou absolvidos.
Leia também: TSE terá reunião com redes sociais para tratar de medidas contra as Fake News