Governador de MG e apoiador de Bolsonaro, Romeu Zema diz que presidente ‘perdeu para si mesmo’

Romeu Zema (Novo), governador reeleito por Minas Gerais, afirmou nesta quinta-feira (17) que, em sua visão, o presidente Jair Bolsonaro (PL), quem ele apoiou no segundo turno das eleições, pecou na comunicação e, por conta disso, acabou perdendo a eleição “para si mesmo” e não somente para o seu adversário político, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula deve revogar decretos de armas de Bolsonaro; entenda

A declaração do governador foi feita durante uma entrevista dele ao jornal “O Tempo”, de Minas Gerais. Na ocasião, o político afirmou que “o presidente Bolsonaro teve uma infelicidade muito grande, principalmente na comunicação”.

“Teve bons resultados, mas sempre causando muitos ruídos, um desgaste desnecessário. Mais do que ter perdido para o próprio candidato Lula, o presidente Bolsonaro perdeu para si mesmo, devido à forma de condução da comunicação”, disse o gestor estadual.

Em outro momento da entrevista, Romeu Zema, que no primeiro turno das eleições permaneceu neutro, mas no segundo declarou apoio a Bolsonaro e desempenhou o papel de coordenador da campanha do presidente em Minas Gerais, afirmou que a comunicação do chefe do Executivo falhou em vários pontos, mas principalmente no referente à pandemia da Covid-19.

“Durante a pandemia, a comunicação do governo federal deixou muito a desejar. Quando você está lidando com algo que não conhece, é bom não menosprezar, você está menosprezando algo que alguém está aflito em relação àquilo e acaba tendo um reflexo negativo”, afirmou Romeu Zema.

Romeu Zema, reeleito em Minas Gerais, pontuou que, em sua visão, a principal falha de Bolsonaro foi na comunicação e durante a pandemia da Covid-19. (Foto: reprodução)

Por fim, o governador reeleito negou que ele seja o “herdeiro” político de Bolsonaro em seu estado, diferente do que dizem muitos especialistas. De acordo com essas pessoas, Romeu Zema pode ser o substituto do presidente, inclusive, no cenário nacional, em uma eventual disputa pela presidência da República em 2026.

“Não me vejo como herdeiro, até porque tenho partido diferente. Apoiei Bolsonaro no segundo turno porque tenho mais semelhanças com o projeto dele do que com o candidato adversário, mas temos diferenças”, afirmou o governador mineiro.

Leia também: Bolsonaro gastou mais de R$ 3,5 mi com alimentação em avião presidencial