Você já recebeu uma mensagem estranha no WhatsApp pedindo dinheiro? Ou um e-mail com um link suspeito dizendo vir do banco? Se essas situações deixaram você em dúvida, saiba que não está sozinho. Em 2024, a Febraban estimou mais de 4,8 milhões de tentativas de fraude online no Brasil, e grande parte das vítimas tinha mais de 60 anos. Este guia mostra, em linguagem simples, como evitar golpes digitais em 2025, protegendo não apenas seu dinheiro, mas também sua privacidade e tranquilidade.
Por que os idosos são alvo fácil de golpistas virtuais
Os criminosos enxergam a experiência de vida dos idosos como uma porta de entrada para enganos. Muitos ainda se adaptam às rápidas mudanças tecnológicas e não acompanham todas as ameaças recentes. Além disso, aposentadorias e benefícios governamentais atraem golpistas em busca de contas com saldo recorrente.
Outro ponto delicado é a confiança. Pesquisa do NIC.br mostra que 67% das pessoas acima de 60 anos acreditam em mensagens que “parecem” oficiais, mesmo sem confirmação. Esse comportamento oferece terreno fértil para fraudes online, pois basta clicar em um link errado para expor dados pessoais, como CPF e senhas.
“Nenhuma empresa séria pede senha completa ou código de verificação por telefone”, alerta Andrea Campos, especialista em segurança na internet do CERT.br.
Ao entender por que fazem parte do grupo de risco, os idosos podem adotar medidas de proteção antes que o problema aconteça.
Principais golpes digitais em 2025 e como reconhecê-los
Conhecer as práticas mais comuns é a forma mais direta de reduzir riscos. A seguir, veja os golpes que mais cresceram segundo o relatório 2025 da Polícia Federal.
- Phishing bancário: e-mails com logos de bancos pedindo “atualização urgente”. Eles redirecionam para um site falso que rouba suas credenciais.
- WhatsApp clonado: criminosos coletam seu número em redes sociais, pedem código via SMS e assumem sua conta para solicitar transferências aos contatos.
- Boletos falsos: aplicativos maliciosos geram boletos idênticos aos verdadeiros, mas com dados do golpista.
- Golpe do romance online: perfis falsos em redes sociais simulam envolvimento afetivo e pedem ajuda financeira para “emergências”.
- Suporte técnico falso: ligação ou pop-up informando vírus inexistente no computador; o estelionatário cobra por “conserto”.
Desconfie de mensagens que:
- Contêm erros de português ou logotipos distorcidos.
- Criam urgência (“pague agora”, “última chance”).
- Solicitam dados pessoais ou pagamento imediato.
Passo a passo para proteger seus dados e dispositivos
Tomar atitudes práticas reduz drasticamente a chance de cair em golpes digitais. Adote o plano abaixo e compartilhe com amigos e familiares.
- Ative a verificação em duas etapas no WhatsApp, e-mail e redes sociais. Isso impede invasões mesmo que descubram sua senha.
- Use senhas fortes: combinação de letras, números e símbolos, com pelo menos 10 caracteres. Não reutilize senhas em serviços diferentes.
- Mantenha dispositivos atualizados. Sistemas operacionais e antivírus atualizam barreiras contra novos malwares.
- Baixe aplicativos apenas em lojas oficiais (Google Play ou App Store). Evite links enviados por SMS ou redes sociais.
- Confirme a origem de boletos e mensagens bancárias. Entre no aplicativo oficial do banco ou ligue para a central usando o número do cartão.
Esses hábitos se encaixam facilmente na rotina. Reserve um dia do mês para revisar senhas e atualizações; leva menos de 15 minutos e protege seu patrimônio.
Como agir ao suspeitar ou sofrer uma fraude online
Mesmo seguindo boas práticas, ninguém está 100% imune. Se você identificar algo estranho, aja rápido para minimizar danos.
- Bloqueie transações: entre em contato imediatamente com seu banco e peça cancelamento ou contestação da operação.
- Registre boletim de ocorrência online no site da Polícia Civil do seu estado. O documento é essencial para investigações e eventuais reembolsos.
- Altere senhas de e-mail, redes sociais e aplicativos financeiros assim que perceber o problema.
- Notifique contatos caso sua conta de WhatsApp ou Facebook tenha sido clonada, evitando que outras pessoas sejam prejudicadas.
- Reporte o golpe ao canal gov.br “Consumidor” ou ao Procon local. Denúncias ajudam a mapear quadrilhas e criar alertas públicos.
Segundo o Banco Central, transações via Pix contestadas nas primeiras 24 horas têm 74% de chance de ressarcimento, reforçando a importância da agilidade.
Educação continuada: recursos gratuitos para navegar com segurança
A informação é a maior barreira contra golpes digitais. Felizmente, há opções sem custo para quem quer aprender mais.
- Cartilha de Segurança para Internet (CERT.br) – Atualizada anualmente, traz tutoriais sobre segurança na internet e linguagem acessível.
- Programa “Bairro Digital” – Presencial, oferecido por unidades Sesc e Senac com aulas de smartphone para idosos.
- Canal do Banco Central no YouTube – Vídeos curtos sobre fraudes online, Pix seguro e reconhecimento de boletos verdadeiros.
- Escolas do Governo – A ENAP disponibiliza cursos EAD de proteção de dados e navegação segura no portal gov.br.
Reserve meia hora por semana para consumir um desses conteúdos. Além de aprender, você mantém o cérebro ativo e ainda evita dores de cabeça no futuro.
Proteger-se de golpes digitais não exige conhecimento avançado, apenas hábito e atenção. Compartilhe este guia com familiares e vizinhos: quanto mais pessoas bem-informadas, menos espaço para golpistas na nossa vida online.











