Foi esta a semana que a maré finalmente se voltou contra os gigantes da tecnologia nos Estados Unidos?
Um comitê do Congresso se atirou contra as práticas anticompetitivas da Apple, Amazon, Facebook e Google. Será que as palavras fortes podem ser seguidas de ações duras?
Barões
Um relatório de 450 páginas do Comitê Judiciário da Câmara explorando violações da lei antitruste pode parecer uma cura para a insônia, mas o homem da BBC no Vale do Silício, James Clayton, nos diz que é tudo menos uma leitura seca.
“A citação que salta aos olhos é a que diz que estas empresas que começaram nas garagens das casas no Vale do Silício se tornaram poderes monopolistas, os quais não víamos desde os barões do petróleo e magnatas das ferrovias do século 20”, explica ele.
Além de críticas ferozes à maneira como as empresas abusam de sua posição dominante, o relatório esboça idéias sobre o que poderia ser feito a respeito. Isso pode manter acordados à noite Jeff Bezos da Amazon e Mark Zuckerberg do Facebook.
Tempos mais difíceis
Até agora, tem sido a União Europeia e sua Comissária da Concorrência Margrethe Vestager quem tem ido atrás dos gigantes da tecnologia, impondo grandes multas ao Google e à Apple, e exigindo mudanças em seu comportamento.
Mas o Professor Jason Furman da Universidade de Harvard diz que o Congresso americano parece disposto a ir mais longe: “Em muitos aspectos, este novo relatório da Câmara diferiu da Europa para uma postura ainda mais agressiva em relação às grandes empresas de tecnologia”.
Furman, que presidiu um inquérito sobre o poder dos gigantes da tecnologia para o governo britânico, diz que eles podem, por exemplo, tornar muito mais difícil para as grandes empresas de tecnologia comprar empresas menores, da forma como o Facebook pegou o Instagram e o WhatsApp.