Você já imaginou não precisar desembolsar nada pelo gás de cozinha durante o ano inteiro? Com o Programa Gás do Povo, essa realidade começa a ganhar forma para milhões de lares de baixa renda em todo o país. O decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva cria um modelo mais amplo de gás de cozinha gratuito, substituindo gradualmente o atual Auxílio Gás. A iniciativa promete impactar diretamente o orçamento doméstico de quem mais precisa, ao mesmo tempo em que estabelece regras claras de distribuição, prazos de validade e mecanismos de controle.
Como funciona o Programa Gás do Povo
O novo programa garante botijões de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) a custo zero, mas em quantidade limitada por família. O decreto define números diferentes conforme o tamanho do núcleo familiar:
- Famílias com duas ou três pessoas: direito a quatro botijões gratuitos por ano.
- Famílias com quatro ou mais integrantes: direito a seis botijões gratuitos por ano.
Cada vale tem prazo para ser usado. Para núcleos menores, o crédito expira em três meses; para núcleos maiores, em dois meses. Caso o beneficiário não utilize o voucher dentro desse intervalo, o valor retorna, como determina o decreto:
“Os créditos não utilizados serão revertidos à Conta Única do Tesouro Nacional.”
Essa logística elimina a possibilidade de acumular vales entre períodos sucessivos e garante que o recurso alcance o maior número possível de famílias a cada ciclo.
Quem tem direito e como é feita a seleção
Para ingressar no Programa Gás do Povo, a família precisa estar inscrita e com dados atualizados no Cadastro Único (CadÚnico). Os requisitos de renda seguem duas faixas prioritárias:
- Renda familiar per capita de até meio salário mínimo (R$ 759, valor de 2025).
- Prioridade para quem recebe Bolsa Família, cuja renda per capita é de até R$ 218.
A seleção é automática e depende da disponibilidade orçamentária. Não é necessário preencher formulário extra nem comparecer a postos de atendimento; o próprio Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) ordenará os beneficiários conforme as regras publicadas em portaria específica.
Vale lembrar que a família pode perder o direito se:
- Ultrapassar o limite de renda estabelecido.
- Deixar o CadÚnico desatualizado por mais de 24 meses.
- Informar dados inconsistentes que gerem bloqueio ou exclusão dos programas sociais.
Passo a passo para retirar o botijão gratuito
Quando a fase de implantação terminar, o beneficiário terá três formas principais de resgatar o vale:
- Aplicativo Gás do Povo: o usuário gera o voucher digital e apresenta na revenda credenciada.
- Cartão do Programa: cartão magnético exclusivo, emitido pela Caixa Econômica Federal.
- Cartão Bolsa Família ou um vale impresso retirado em lotéricas.
No ponto de venda, o atendente faz a validação eletrônica — não há pagamento em dinheiro nem reembolso posterior. O decreto também estabelece que o preço de referência desconsidera o frete. Caso o usuário deseje receber o botijão em casa, ele arca somente com o valor do transporte.
A adesão das revendas de GLP é voluntária. Quem se credencia junto ao sistema da Caixa exibe uma identidade visual padronizada do Programa Gás do Povo em lojas, veículos e materiais promocionais. Se não houver posto habilitado no município do beneficiário, distribuidores que detêm 10% ou mais de participação estadual devem garantir a oferta em cidades vizinhas.
Cronograma de implantação e transição do Auxílio Gás
O governo optou por uma transição em etapas para evitar descontinuidade do benefício:
- Novembro de 2025: entrega dos primeiros botijões gratuitos.
- Março de 2026: cobertura total para as 15,5 milhões de famílias elegíveis.
- Período de migração: o atual Auxílio Gás permanece ativo até que todos os beneficiários sejam incorporados ao novo modelo.
O MDS publicará portaria definindo critérios de ordenamento, como data-limite para atualização cadastral e regras de desempate — por exemplo, presença de crianças até seis anos ou idosos acima de 65 anos na família.
Respostas às principais perguntas dos beneficiários
Mesmo com o decreto em vigor, dúvidas ainda pairam sobre quem recebe e como usar o Programa Gás do Povo. Abaixo, reunimos as questões mais recorrentes:
- Quem já recebe Auxílio Gás será excluído? Não. O recebimento continua até que a família migre oficialmente para o novo programa.
- É preciso pagar alguma taxa para participar? Não há taxa de adesão nem cobrança pelo botijão. Apenas o frete, se solicitado, é de responsabilidade do usuário.
- Posso acumular o benefício com outros programas sociais? Sim. O Gás do Povo é compatível com Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e demais políticas de transferência de renda federais.
- Perdi o prazo do voucher. Há como recuperar? Infelizmente não. Após a data de validade, o crédito retorna ao Tesouro Nacional.
Impacto econômico e social do Gás do Povo
Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE), o gás de cozinha representa até 10% do orçamento das famílias de menor renda. Ao eliminar esse gasto, o Programa Gás do Povo libera recursos para alimentação, educação e saúde, fortalecendo a segurança alimentar e diminuindo a vulnerabilidade social.
Especialistas apontam que a medida também diminui o uso de combustíveis alternativos, como lenha ou álcool, que geram riscos de incêndio e problemas respiratórios. Ao incentivar o consumo de GLP, o governo reduz danos ambientais e gastos públicos com saúde decorrentes de queimaduras e doenças respiratórias.
Por fim, o credenciamento voluntário de revendas traz uma oportunidade de movimento extra no comércio varejista, estimulando a concorrência e, potencialmente, reduzindo preços para todos os consumidores.
Fique atento às atualizações oficiais no aplicativo Meu CadÚnico ou no portal do MDS. Manter seus dados atualizados é a melhor forma de garantir a entrada no Programa Gás do Povo e assegurar que o gás de cozinha chegue à sua casa sem custo algum.