O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) cedeu críticas à operação Lava Jato e defendeu o procurador-geral da República, Augusto Aras.
As declarações foram dadas em uma entrevista no jornal “O Globo”, nesta quarta-feira (5). Outra afirmação de Flávio foi que o seu ex-assessor Fabrício Queiroz, tivesse pago algumas de suas contas, entretanto disse que o dinheiro era dele próprio.
“Pode ser que, por ventura eu tenha mandado, sim, o Queiroz pagar uma conta minha. Eu pego dinheiro meu, dou para ele, ele vai ao banco e paga para mim. Querer vincular isso a alguma espécie de esquema que eu tenha com o Queiroz é como criminalizar qualquer secretário que vá pagar a conta de um patrão no banco. Não posso mandar ninguém pagar uma conta para mim no banco?”, disse o senador.
Ainda na entrevista, o filho do presidente Jair Bolsonaro foi perguntado se não considera uma contradição o desmonte da Operação após o governo assumir um discurso que estaria cada vez mais lado a lado com a Lava Jato.
“Aras [procurador-geral da República] tem feito um trabalho de fazer com que a lei valha para todos. Embora não ache que a Lava-Jato seja esse corpo homogêneo, considero que pontualmente algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro. Se tivesse desmonte das investigações no Brasil, não íamos estar presenciando essa quantidade toda de operações”, disse.
Segundo o Ministério Público, Flávio Bolsonaro é apontado como chefe da organização que praticava crimes no seu gabinete, uma vez que obrigava os funcionários do gabinete a devolver parte do salário ao parlamentar. Como deputado estadual, ele cumpriu quatro mandatos parlamentares consecutivos, entre 2003 e 2018.
Prisão de Queiroz
O ex-assessor de Flávio foi preso em Atibaia (SP) em 18 de junho, quando a PF deflagrou a Operação Anjo. Márcia, esposa de Queiroz, passou a ser foragida desde então.
Após a prisão de Queiroz, a defesa apresentou um habeas corpus que descrevia a condição de saúde do seu cliente, sendo julgado por Noronha como uma pessoa que necessita de “condições pessoais” mais específicas, e que não seria possível atender na prisão.