Uma mulher foi presa nesta sexta-feira (24), no Rio de Janeiro, acusada de ter sequestrado sua própria mãe, uma idosa de 65 anos, e a internado à força, em uma clínica psiquiátrica na Região Serrana carioca. De acordo com a Polícia Civil, além da filha, a corporação também prendeu o genro da vítima.
As investigações mostram que a idosa não tinha nenhuma doença e nem necessidade terapêutica, mas, mesmo assim, foi mantida em uma clínica para que, assim, pudesse se retratar de uma notícia-crime onde afirmou que seus netos, de dois e nove anos, estavam sofrendo maus-tratos.
De acordo com a idosa, ela foi sequestrada por dois homens enquanto andava na rua. Segundo a mulher, em depoimento, em um primeiro momento ela acreditou que o fato era uma “saidinha de banco” ou um sequestro relâmpago. No entanto, rapidamente ela percebeu que, na realidade, o crime era familiar.
Ao chegar na clínica, a mulher teve a bolsa e o celular retirados pelos funcionários e foi colocada, segundo ela própria, em um quarto sem janela e nem ventilação. Isso, por três dias. Ainda de acordo com a idosa, após dias trancada, ela foi levada para um espaço coletivo e, por lá, passou a ingerir medicações de forma obrigatória.
Conforme a idosa, que conta que foi ignorada pelos médicos quando perguntava quando ela seria liberada, sua filha e genro foram visitá-la durante o Carnaval. Na ocasião, disse a vítima, a dupla identificada como Patrícia de Paiva Reis e Raphael Machado Costa Neves, teria dito que iria desqualificar o registro feito por ela, demonstrando que ela sofria de “desequilíbrio mental”.
O pesadelo da mulher terminou na quinta (23), quando agentes descobriram o paradeiro da idosa com sua própria filha. Por conta do crime, contou em entrevista ao jornal “Extra”, Felipe Santoro, delegado responsável pelo caso, a dupla foi presa e indiciada pelos crimes de sequestro triplamente qualificado e coação no curso do processo.
“Iniciamos as diligências tão logo recebemos a informação de que uma idosa lúcida e sem nenhuma doença física nem mental estava sendo mantida em privação de liberdade em uma clínica. Após a prisão dos familiares que haviam determinado a internação, iremos investigar a conduta de médicos, enfermeiros e demais funcionários desses estabelecimentos a fim de entender a responsabilidade de cada um nesses crimes”, disse o delegado.
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