Pouco antes do feriado da Independência, a Caixa Econômica Federal confirmou que trabalhadores de dezenas de cidades em situação de calamidade pública poderão, já a partir desta sexta-feira, 5 de setembro de 2025, solicitar o saque de R$ 6.220 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A medida foi autorizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e publicada no Diário Oficial da União, trazendo alívio financeiro para famílias afetadas por enchentes e deslizamentos registrados no inverno. Neste artigo, reunimos todas as informações oficiais divulgadas pela Caixa, incluindo quem tem direito, como pedir o benefício, prazos e documentos exigidos. Leia até o fim para não perder o prazo nem correr risco de ter o pedido negado.
Por que a Caixa está liberando o saque emergencial?
O FGTS prevê várias modalidades de retirada, e uma das mais utilizadas em momentos de crise é o saque por calamidade pública. Quando governadores ou prefeitos decretam estado de calamidade e o reconhecimento é homologado pelo governo federal, a Caixa pode autorizar o saque de até R$ 6.220 por evento e por trabalhador. É exatamente o que ocorre agora em municípios dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, duramente atingidos por chuvas intensas nos meses de julho e agosto de 2025.
A lista completa de cidades foi divulgada pela Caixa em comunicado na noite de quarta-feira (03/09) e inclui, entre outras, Canoas (RS), Blumenau (SC), União da Vitória (PR) e Atibaia (SP). Nessas localidades, laudos da Defesa Civil apontaram danos a residências que comprometem condições de habitabilidade, condição necessária para liberação do benefício.
De acordo com o superintendente nacional de benefícios da Caixa, Carlos Vieira,
“o objetivo do saque calamidade é garantir recursos rápidos para reparo de moradias e compra de itens essenciais, ajudando a reduzir o impacto financeiro sobre as famílias.”
Quem pode solicitar o saque de R$ 6.220
Não basta residir na cidade afetada. Para ter acesso ao saque de R$ 6.220, o trabalhador deve atender aos seguintes critérios:
- Ter conta vinculada do FGTS com saldo disponível.
- Morar em área oficialmente atingida, conforme endereços validados pela Defesa Civil municipal.
- Não ter recebido outro saque calamidade referente ao mesmo desastre natural.
- Solicitar o benefício dentro do prazo de 90 dias a partir da data de publicação da portaria do MTE.
Vale lembrar que cada evento de calamidade gera uma nova possibilidade de saque, mas o valor nunca pode ultrapassar R$ 6.220, mesmo que o saldo na conta seja maior. Quem possui várias contas — ativas e inativas — pode somar saldos até atingir o limite previsto.
Trabalhadores rurais, urbanos, domésticos e intermitentes inscritos no FGTS estão contemplados. Já servidores públicos sem vínculo CLT não participam do fundo e, portanto, não podem solicitar.
Documentos, prazos e canais para pedir o benefício
A Caixa abriu três canais simultâneos para requerimento do saque de R$ 6.220: aplicativo FGTS, agências físicas e lotéricas. O banco recomenda utilizar o app para evitar filas, mas o atendimento presencial continua disponível para quem prefere entregar documentos em mãos.
Confira a checklist oficial:
- Documento de identidade com foto (RG, CNH ou carteira de trabalho digital).
- Comprovante de residência emitido até 120 dias antes do desastre (conta de água, luz ou telefone).
- Declaração de Defesa Civil municipal (baixa automática no app FGTS ou física, quando solicitada).
- Número do PIS/PASEP ou NIS.
O prazo máximo para envio do pedido termina em 4 de dezembro de 2025. Após análise, o crédito é liberado em até cinco dias úteis na Conta Poupança Social Digital, utilizada também no aplicativo Caixa Tem. Saques em espécie podem ser feitos em caixas eletrônicos, lotéricas ou correspondentes Caixa Aqui, obedecendo limite de R$ 3.000 por transação.
Passo a passo no aplicativo FGTS
Para quem optar pelo celular, o procedimento é simples:
- Atualize ou baixe o app FGTS na loja digital do seu smartphone.
- Faça login com CPF e senha Caixa.
- No menu, selecione “Meus Saques” → “Outras Situações de Saque” → “Calamidade Pública”.
- Informe o CEP para verificar se o endereço está na área contemplada.
- Anexe fotos legíveis de documento oficial e comprovante de residência.
- Escolha a conta bancária para crédito (pode ser de outro banco, desde que em nome do titular).
- Confirme a solicitação e acompanhe o andamento na aba “Status do Saque”.
Erros comuns, como endereço divergente ou foto desfocada, costumam atrasar a liberação. Portanto, revise cada etapa antes de pressionar “Enviar”. Caso o pedido seja reprovado, a Caixa disponibiliza justificativa no próprio aplicativo, permitindo nova tentativa dentro do prazo de 90 dias.
Como usar o valor extra de forma inteligente
Receber até R$ 6.220 de uma só vez pode representar alívio temporário, mas especialistas em finanças pessoais lembram que o FGTS é uma reserva de longo prazo. Antes de gastar, avalie prioridades:
- Reparos estruturais: telhado, instalações elétricas e hidráulicas devem vir antes de mobiliário ou decoração.
- Fundo de emergência: se ainda restar saldo, considere reforçar sua reserva — três a seis meses de despesas.
- Quitar dívidas caras: cheque especial e cartão de crédito têm juros altos; usar o recurso para limpar o nome pode significar economia.
- Investimento em prevenção: seguros residencial e de vida custam pouco e evitam novos prejuízos em eventos climáticos.
Segundo a planejadora financeira Ana Paula Fagundes,
“o saque calamidade deve ser encarado como oportunidade de reconstruir, mas também de reorganizar o orçamento para situações futuras”
.
Se não for possível contemplar todas as frentes, monte uma lista de urgência e destine o dinheiro de acordo com impacto e custo. Lembre-se: o FGTS não rende como outros investimentos, mas é um colchão de segurança em caso de desemprego, por isso saque apenas o necessário.
Com essas orientações, você já sabe como solicitar o saque de R$ 6.220 e utilizar o valor de forma responsável. Compartilhe a informação com amigos e familiares que moram nos municípios atingidos para que ninguém perca o prazo.