O Ministério Público Federal (MPF) revelou no sábado (09) mais detalhes sobre sua denúncia contra o empresário Glaidson dos Santos, conhecido como “Faraó dos bitcoins”.
De acordo com o órgão, as investigações apontaram que o esquema ilegal de investimentos em criptomoedas comandado por ele acontecida em sete países, além do Brasil, e esteve ativo de 2015 a 2021.
Em nota, o MPF explicou que um relatório de inteligência financeira constatou que o grupo atuou nos seguintes países: Estados Unidos; Reino Unido; Portugal; Uruguai; Colômbia; Paraguai; e Emirados Árabes.
Além disso, o órgão também descobriu que foram realizadas ao menos 6.249 operações de pessoas físicas e 2.727 pessoas jurídicas, totalizando aproximadamente R$ 16,7 bilhões. “Cerca de 45% do total foi movimentado nos últimos 12 meses em operações vinculadas à GAS Consultoria”, informou.
Denunciados
Segundo o Ministério Público Federal, além de Glaidson e sua esposa, Mirelis Zerpa, mais 15 pessoas foram denunciadas por crimes contra o sistema financeiro como gestão de organização financeira sem autorização, gestão fraudulenta e organização criminosa.
Nesta semana, o juiz Vitor Valpuesta da 3ª Vara Federal aceitou a denúncia do MPF e, além disso, ainda determinou que os agora réus, que ainda estão em liberdade, fiquem proibidos de sair do país e entreguem os passaportes em 24 horas.
Ligação com o tráfico e a milícia
Outra informação do MPF revelada no sábado (09) é que dentre os clientes do “Faraó dos bitcoins” estavam traficantes e milicianos do Rio de Janeiro. Nesse sentido, o órgão informou que a Polícia Federa descobriu que dois moradores de um local chamado comunidade do Lixo, em Cabo Frio, no Rio, realizaram depósitos em dinheiro na conta bancária da G.A.S. totalizando R$ 1,7 milhão.
De acordo com as apurações, os depósitos desses homens, que não possuem emprego ou qualquer ocupação que justifique o depósito dessa quantia em dinheiro, e vivem na comunidade do Lixo, foram feitos em junho do ano passado.
Relembre o caso da pirâmide financeira
O MPF revelou no final de agosto que estava investigando se a empresa GAS Consultoria Bitcoin, companhia com o maior número de investidores na cidade de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, vinha praticando golpes do tipo pirâmide financeira.
De acordo com o órgão, o foco era Glaidson Acácio, dono da empresa, alvo de uma denúncia há dois anos por possível prática do crime utilizando uma aplicação disfarçada em bitcoins, uma criptomoeda.
Segundo o órgão, Glaidson Acácio, o “Faraó dos bitcoins, prometia lucros de 10% por mês nos investimentos em criptomoedas. Todavia, no fim das contas, as pessoas que entraram no negócio acabaram com prejuízos enormes, pois o empresário ficava com o dinheiro para si, ou seja, não fazia nenhum investimento.
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