Empresas da bolsa brasileira perdem R$ 195,3 bilhões em valor de mercado

As preocupações com a democracia brasileira custaram muito caro para as empresas listadas na bolsa de valores do país, a B3. A saber, o pregão desta quarta-feira (8) chegou ao fim com 86 das 91 ações do Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, no vermelho.

Esse resultado representa uma perda extraordinária de R$ 195,3 bilhões em valor de mercado em um único dia. Pelo menos é o que aponta a provedora de informações financeiras Economatica. Aliás, o valor se refere às empresas de capital aberto da bolsa.

Em resumo, os papéis da companhia totalizavam R$ 5,257 trilhões na última segunda-feira (6). No entanto, ao final do pregão desta quarta-feira (8), as ações passaram a valer R$ 5,061 trilhões, queda de quase R$ 200 bilhões numa única sessão. Lembrando que ontem (7) o Ibovespa não operou devido ao feriado da Independência do Brasil.

De acordo com a Economatica, as empresas com as maiores perdas em valor de mercado foram: Petrobras (-R$ 19,6 bilhões), Ambev (-R$ 15,4 bilhões), Itaú (-R$ 14,3 bilhões), Bradesco (-R$ 12,2 bilhões) e Vale (-R$ 10,1 bilhões).

Atos de 7 de Setembro e falas de Bolsonaro preocupam mercado

Para explicar a fuga em massa dos investidores, basta recorrer à Constituição Federal brasileira: “Artigo 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente que atentem contra a Constituição e, especialmente, contra: (…) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; (…) o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Em suma, os atos de 7 de setembro e as falas de Bolsonaro aumentaram a tensão entre os Três Poderes do país. A saber, o presidente voltou a atacar ministros do STF, governadores e prefeitos, além do sistema eleitoral brasileiro. Ele também disse que não irá mais cumprir decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em resposta a Bolsonaro, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, afirmou nesta quarta que “ninguém fechará a Corte”. “Este Supremo Tribunal Federal jamais aceitará ameaças à sua independência nem intimidações ao exercício regular de suas funções. Ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança”, disse.

Por fim, tudo isso mostra o risco de ruptura democrática no Brasil, e os operadores não quiseram esperar para ver se isso irá acontecer ou não. Em síntese, os problemas internos impedem uma recuperação econômica firme no país. E as tensões políticas, fiscais e institucionais só deram mais certeza aos investidores de que a melhor saída para a situação seria a saída do país.

Leia Mais: Volume e faturamento das exportações der carne suína crescem no ano

Ruan Samarone

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