A terça-feira (03) foi marcada pelo depoimento do líder da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), o reverendo Amilton Gomes de Paula, que afirmou que a mudança na oferta de US$ 10 para US$ 11 por dose de vacina da AstraZeneca ao Ministério da Saúde teria partido do dono da companhia, da empresa Davati Medical Supply, Herman Cardenas.
No começo da noite, uma nota da empresa, assinado por Herman, comentou a declaração de Amilton. De acordo com o comunicado, o presidente nega a manifestação do reverendo. “A Davati reitera que a empresa jamais credenciou o sr. Luiz Paulo Dominghetti e o reverendo Amilton de Paula Gomes como representantes de seus produtos”, diz trecho da nota.
Em outro momento, o comunicado afirma que a Davati “jamais enviou uma proposta ao governo brasileiro no valor de US$ 11, inexistindo documento firmado pela empresa com este valor”. Durante o depoimento na CPI da Covid-19, Amilton foi perguntado sobre o porquê de ele ter enviado um e-mail ao Ministério da Saúde indicando que o valor da vacina da AstraZeneca seria de US$ 11 por dose, diferentemente do valor enviado pela Davati: de US$ 10. “Eu recebi do Herman US$ 11”, declarou Amilton.
Em outro momento, para embasar sua fala, o reverendo citou uma matéria do “Fantástico”, da “Rede Globo”. “Está no próprio Fantástico, que divulgou isso, que o Herman passou o e-mail… No Fantástico, fala dia 15 que ele passou o e-mail já pro MS [Ministério da Saúde] de US$ 11 e oferecendo também não só a AstraZeneca, mas a Janssen, US$ 11. Está no próprio e-mail do MS”, disse.
Na sequência, o reverendo disse que o e-mail enviado com o valor de US$ 11 é resultado de uma reunião feita com Herman. “Então, todas as vezes que conversava com o Herman, o Herman falava a respeito do aumento da vacina, e quando se falava a respeito do aumento da vacina, eu pedia para a minha assessoria para enviar um e-mail para atualizar. Essa demanda era sempre em conversação”, disse.
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