Dólar recua após divulgação de dados da inflação nos EUA

O dólar comercial fechou o pregão desta quarta-feira (12) em queda de 0,78%, cotado a R$ 5,5357. A saber, esse é o menor patamar da moeda norte-americana desde 8 de dezembro (R$ 5,5338). Aliás, o recuo eliminou os ganhos no ano e a divisa agora acumula uma desvalorização de 0,70% ante o real.

Nesta quarta, os investidores repercutiram a divulgação dos dados sobre a inflação nos Estados Unidos. Em resumo, o índice de preços ao consumidor atingiu 7,0% em dezembro do ano passado, na taxa acumulada em 12 meses. Esse é o maior patamar para o indicador desde junho de 1982.

Esses dados aumentam a expectativa de alta dos juros nos EUA já em março, quando o Federal Reserve (Fed), banco central americano, encerrará os estímulos na economia do país.

Além disso, os investidores também seguiram repercutindo as declarações feitas na véspera por Jerome Powell, presidente do Fed. Em suma, Powell prometeu combater a inflação no país, utilizando as ferramentas disponíveis para impedir níveis ainda mais elevados.

Ele também citou a pandemia da Covid-19, afirmando que a crise sanitária segue “dando origem a desequilíbrios e gargalos persistentes de oferta e demanda e, portanto, à inflação elevada”.

Inflação no Brasil também repercute

Na véspera (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou os dados mais recentes da inflação no Brasil. A saber, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,73% em dezembro, superando a média das estimativas de analistas (0,65%)

Com isso, o IPCA fechou 2022 com uma inflação acumulada de 10,06%, maior patamar desde 2015 (10,67%). Assim, a taxa extrapolou em muito o teto da inflação (5,25%), mesmo com a atuação firme do Banco Central (BC), que elevou sete vezes a taxa básica de juros do país apenas em 2021.

Nesse cenário, tanto o real quanto o dólar podem ter valorização. Em síntese, juros mais elevados atraem investidores, pois os rendimentos dos títulos públicos cresce. A taxa no Brasil (9,25%) é bem mais elevada que nos EUA (0% a 0,25%).

No entanto, a segurança assegurada pela maior economia do mundo faz muita gente deixar o Brasil, com todos os seus problemas, e colocar seu dinheiro nos EUA, mesmo rendendo menos. Resta saber se a segurança ou a rentabilidade atrairá mais investidores no ano.

Leia Mais: Inflação registrada pelos países da OCDE é a maior em 25 anos

Ruan Samarone

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