O deputado estadual Frederico D’Ávila (PSL) teve, na noite de segunda-feira (21), o pedido para que seu mandato fosse suspenso aprovado pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Na votação, os integrantes do conselho aprovaram a solicitação de que o mandato dele seja suspenso por três meses. O motivo: ele ter xingado o papa Francisco e também o arcebispo de Aparecida do Norte, em São Paulo. Isso, em outubro do ano passado.
Com o resultado, agora, a ação contra o deputado será encaminhada para a Mesa Diretora da Alesp. Por lá, o relatório da entidade será transformado em projeto de lei para que os 94 deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo votem concordando ou não com a pena.
Na Alesp, para que Frederico D’Ávila (PSL) seja de fato afastado do cargo, será preciso 48 votos nesse sentido, ou seja, é necessário que a maioria simples opte pelo afastamento do deputado. Após a decisão, Frederico D’Ávila publicou uma nota afirmando que o resultado foi “político” e que “não levou em consideração o pedido de desculpas feito por escrito e pela tribuna da Assembleia apenas quatro dias após o ocorrido”.
“Na Alesp já teve deputada recitando poema repleto de palavrões, deputados que foram às vias de fato no plenário, deputado acusando o outro de ser ‘funcionário’ de determinado líder religioso, mas isso tudo foi relevado pelo Conselho. Isso mostra que a pré-candidatura do Presidente Bolsonaro e do Ministro Tarcísio estão incomodando as hostes tucanas e petistas”, disse o parlamentar.
Entenda o caso do deputado
As ofensas feitas por Frederico D’Ávila aconteceram depois que o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, disse que “para ser pátria amada não pode ser pátria armada”. Logo após a declaração, o deputado, durante um discurso no plenário da Alesp, comentou a fala do arcebispo e ainda ofendeu ele e também o Papa Francisco, chamando-os de “vagabundos”, “safados” e “pedófilos”. Além disso, ele ainda afirmou que a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) “é um câncer”.
Depois do episódio, a CNBB enviou uma carta para a Alesp cobrando que o deputado fosse punido. Além disso, a entidade ainda adiantou que iria acionar a Justiça contra o parlamentar. Após a repercussão das ofensas, Frederico D’Ávila foi às redes sociais e pediu desculpa pelas palavras. No comunicado, ele alegou que estava abalado no dia, pois, “por pouco, não foi vítima de homicídio por um assaltante em frente à esposa e os filhos na cidade de São Paulo”.
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