Debêntures: Tudo o que você precisa saber para investir

De acordo com a Bolsa de Valores brasileira, entre dezembro de 2020 e março de 2022 o número de investidores em debêntures cresceu 54%. Isso só demonstra como essa opção de investimento está crescendo e atraindo cada vez mais pessoas.

Por esse motivo, separamos aqui todas as informações essenciais sobre debêntures, para você entender de uma vez por todas como esse investimento funciona. Descubra quais são os tipos de debentures, e como fazer para iniciar os seus investimentos nessa modalidade!

O que são debêntures?

Em primeiro lugar, é interessante entender o que de fato são os debentures. Eles são títulos de dívida emitidos por empresas que desejam captar recursos para investir na expansão de seus negócios ou reorganizar as dívidas. Dessa forma, no lugar de pedir o valor emprestado a um banco, por exemplo, elas optam por lançar debêntures no mercado. Isso significa que, ao adquirir uma debênture, o investidor faz um “empréstimo” à empresa. Depois disso, ele recebe o valor aplicado mais a remuneração combinada na data de vencimento.

Quem registra as emissões de debêntures é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para que isso aconteça, é necessário que as empresas indiquem com clareza o que será feito com os valores e recursos adquiridos. Dessa forma, os detalhes dos títulos são descritos em uma escritura. Essa escritura vai determinar os projetos onde os recursos serão aplicados!

Esses títulos podem ser comprados pelos investidores em bancos e corretoras de valores. Esse é um investimento considerado bastante seguro. Isso pois ele é um investimento de renda fixa. Isso significa que é possível para o investidor prever a taxa de retorno no vencimento. Além disso, mesmo que as debentures carreguem riscos maiores, elas possuem uma rentabilidade maior que outros investimentos do tipo, como o tesouro direto e a poupança, por exemplo.

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Tipos de garantias

É interessante saber que as debentures podem ser adquiridas com garantia, ou sem. No caso das adquiridas com garantia, são duas as opções. Em primeiro lugar, existe a garantia real. Essa envolve o comprometimento de bens ou direitos que não poderão ser negociados sem a aprovação dos debenturistas. Isso significa que um bem da empresa é colocado como garantia e não pode ser negociado, vendido ou substituído por outro sem o consentimento de quem comprou o título.

Além disso, existe a garantia flutuante. Essa garantia  assegura à empresa o privilégio geral sobre o seu ativo (patrimônio). Entretanto, ela não impede a negociação de bens que o constituem. Dessa forma, a garantia aqui é todo o ativo da empresa.

No caso da emissão de debentures sem garantia, não existe nenhuma reserva ao investidores no caso da liquidação da empresa que emitiu as debêntures. Assim, existem duas emissões desse tipo: a Quirografária e a Subordinada.

A diferença entre as duas é que, caso a companhia emissora seja liquidada, ou seja, vá à falência, os debenturistas quirografários receberão antes dos subordinados. Se você está se perguntando qual é a vantagem em adquirir debêntures sem garantia, a resposta é bem simples: estes títulos costumam render mais, ainda que ofereçam um risco bem maior.

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Tipos de debêntures

Existem diversos modelos de debêntures no mercado brasileiro. Confira abaixo uma lista com os principais:

• Debêntures simples: São o modelo mais comum. Essas debentures possuem um prazo de vencimento longo, que varia entre 2 e 10 anos. Isso possibilita ao investidor o direito de receber, em dinheiro, a quantia investida acrescida de juros acumulados durante o período.
• Debêntures conversíveis: Diferentes do modelo simples, após o vencimento de uma debênture conversível, o investidor consegue resgatar o valor em ações, passando de credor a acionista da empresa.
• Debêntures permutáveis: Em vez de receber dinheiro ou ações da empresa emissora, o debenturista pode converter o valor em ações de outras companhias.
• Debêntures incentivadas: Nesses casos existe a adição de isenção de imposto de renda. Isso pode proporcionar maior margem de rendimento. Entretanto, esse detalhe é exclusivo para empresas envolvidas em projetos de infraestrutura com impactos econômicos e/ou socioambientais positivos e que, por isso, contam com o incentivo tributário.

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Rendimentos

A rentabilidade das debêntures é determinada pela empresa que emitiu o título. Dessa forma, existem três possibilidades:

• Prefixada: A taxa de juros é fixa e definida no ato da contratação – 8% ao ano, por exemplo.
• Pós-Fixada: A variação dos juros está atrelada a algum indexador de mercado, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário). A taxa depende, portanto, da variação do indicador – 120% do CDI, por exemplo.
• Híbrida: Bastante comum, esse tipo de remuneração combina uma taxa prefixada e um índice de referência, como a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços Ao Consumidor Amplo) ou o CDI – IPCA + 6% ao ano ou CDI + 3% ao ano, por exemplo.

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Como investir em debêntures?

Para investir em debentures, o processo é relativamente simples. Ele pode ser feito comprando os títulos diretamente ou participando de fundos de investimentos. Em qualquer um desses casos, é necessário que você tenha uma conta em uma corretora de valores para fazer a aquisição. Dessa forma, basta seguir os seguintes passos:

• Primeiro, abra uma conta em um banco de investimentos ou corretora que negocie esse tipo de título. Lembre-se que para isso, é preciso reunir os documentos solicitados, como RG, CPF e comprovante de residência.
• A seguir, contate assessorias de investimento ou use a plataforma do banco/corretora para escolher a debênture mais vantajosa (você pode escolher sozinho(a), com base nas informações disponíveis na escritura de emissão).
• Para finalizar, depois de escolher a debênture, basta transferir o dinheiro.

Se por acaso você optar por um fundo de investimento, é interessante procurar pelos que tenham opções de renda fixa em sua carteira. Isso é recomendado pois investir dessa forma simplifica sua vida, já que são os gestores do fundo que irão administrar seus investimentos e, no caso das debêntures, escolher as mais indicadas. A maioria das corretoras conta com diversas opções de fundos para você escolher!