Em depoimento hoje (14) à CPI da Prevent Senior, que investiga a rede de hospitais e planos de saúde, na Câmara Municipal de São Paulo, o coordenador da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) da Prefeitura de São Paulo, Luiz Artur Vieira Caldeira, disse que, em março de 2020, quando o número de casos e hospitalizações por Covid-19 começaram a crescer no Brasil, a administração municipal pediu “intervenção temporária” em três hospitais da rede Sancta Maggiore, da Prevent Senior.
O pedido foi feito após a inspeção nas unidades de saúde identificar irregularidades. No entanto, o governo do estado não respondeu ao pedido da Prefeitura, de acordo com Caldeira. “Não tivemos notícia e nem retorno oficial do retorno das medidas tomadas”, disse ele à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
Instalada há uma semana na Câmara Municipal de São Paulo, a CPI da Prevent Senior tem como objetivo apurar supostas irregularidades fiscais e violações éticas cometidas pela operadora de saúde na capital paulista, como a suspeita de subnotificação do número de óbitos em decorrência da Covid-19. Caldeira foi o primeiro a prestar depoimento ao colegiado.
Vereador questiona falta de resposta ao pedido de intervenção de hospitais da Prevent Senior
O coordenador da Covisa exibiu o ofício que pedia a intervenção temporária em três hospitais da Prevent Senior ao governo do estado. O documento foi assinado pelo secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, e tinha como destinatário o então secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann Ferreira.
A falta de resposta por parte do governo do estado de São Paulo ao pedido feito pela Prefeitura causou espanto no vereador Celso Giannazi (PSOL), que questionou o depoente. “Um ofício encaminhado pela autoridade máxima da Saúde de São Paulo depois de um ano e meio não ter uma resposta formal, o senhor não acha um desrespeito com a Secretaria Municipal de Saúde?”, perguntou Giannazi.
Caldeira respondeu que desconhece o motivo da falta de resposta por parte do governo João Doria (PSDB). “O que nós sabemos é que o estado é composto de uma área técnica robusta e competente. Inclusive com trabalho reconhecido. O motivo pelo qual [o estado] não deu resposta formal realmente não temos como julgar”, afirmou ele aos parlamentares.