O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse hoje (20) que a Comissão Parlamentar de Inquérito investiga se a Precisa Medicamentos e a VTCLog fazem parte de um esquema de lavagem de dinheiro.
De acordo com Randolfe, transferências bancárias entre as empresas com verbas que serviriam para pagar funcionários públicos e parlamentares da base do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) podem indicar crime de lavagem de dinheiro.
“Nós temos elementos para acreditar que essa empresa era também utilizada para abastecer, fazer distribuição de recursos para funcionários públicos e temos que aprofundar um pouco mais também para base parlamentar de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. A hipótese que trabalhamos é que a VTC ou Precisa podem estar em esquema de lavagem de dinheiro.”, revelou Randolfe em entrevista à Globo News nesta terça (20).
Ao que parece, segundo o senador, o esquema relacionado às verbas de funcionários da base do governo é diferente daquele envolvendo a compra de insumos contra a Covid-19. No entanto, “um retroalimenta o outro”, de acordo com o vice-presidente da CPI da Covid.
Embora tenham contratos independentes com o Ministério da Saúde, a Precisa Medicamentos e a VTCLog, conforme apuração da CPI da Covid, teriam movimentado R$ 250 mil entre si.
“As duas empresas têm contratos independentes no Ministério da Saúde. Uma empresa cuida de medicamentos e apareceu do ano passado para cá cuidando de vacina. A outra empresa era remunerada pela logística, pela distribuição de insumos. Por que essas empresas estão se comunicando e transferindo valores entre uma e outra? Por que esses valores são quase exatos e baixos?”, questionou Randolfe.
Investigada pela CPI da Covid, VTCLog foi contratada na gestão Ricardo Barros
Conhecida como VTCLog, a VTC Operadora Logística Ltda foi contratada pelo Ministério da Saúde durante a gestão do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), pivô de escândalos relacionados a contratação de vacinas.
Hoje, a VTCLog é responsável por armazenar, controlar e distribuir todas as vacinas, medicamentos, soros e insumos entregues pela União aos estados e municípios durante a pandemia de Covid-19. De acordo com testemunhas, a empresa seria utilizada no desvio de recursos do Ministério da Saúde.
Randolfe afirma que o esquema é focado na retirada de dinheiro em espécie para efetuar pagamentos de serviços a terceiros, assemelhando-se a uma transferência de propina.