O integrante da CPI da Covid, senador Otto Alencar (PSD-BA), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve ser punido por promover o uso do “kit covid” de tratamento precoce contra a Covid-19, que não tem eficácia comprovada para combater ou prevenir a doença.
A declaração foi dada em entrevista ao jornal Estadão, após a publicação divulgar um levantamento apontando Bolsonaro como principal promotor do uso do kit covid nas redes sociais durante o ano de 2020. O estudo foi feito com base em dados levantados pela consultoria LLYC em relação a menções sobre cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina no Twitter.
Após analisar mais de 20 milhões de publicações de 1,85 milhão de contas diferentes, a conclusão é que o presidente Bolsonaro foi o maior influenciador em apoio ao kit covid nos meses de março e abril de 2020, os primeiros da pandemia de Covid-19 no Brasil.
Bolsonaro deve responder criminalmente por apoio ao kit covid
Na avaliação de Alencar, o estudo pode servir como base para responsabilizar Bolsonaro pelo crime de infração de medida sanitária preventiva, previsto no artigo 268 do Código Penal.
“Ele não é médico, não tem formação na área de saúde e não tinha como estar receitando hidroxicloroquina ou qualquer outro medicamento”, afirmou o senador ao Estadão neste domingo (1°).
“O Bolsonaro foi convencido por aquele gabinete paralelo e outros conselheiros não médicos de que a hidroxicloroquina funcionava, o que é absurdo. Ele defendeu isso e não quis recuar disso. Até hoje seus seguidores radicais acreditam nisso. Todos os estudos foram feitos e a hidroxicloroquina não tem eficácia”, disse.
“Sem dúvida, uma cota das 550 mil mortes por covid foi em função disso (defesa do tratamento precoce) e de aglomerações, do não uso da máscara, da falta de comprar vacinas no ano passado”, afirmou o senador e médico Otto Alencar.