O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) novamente é assunto por conta de alguma declaração polêmica nas redes sociais. Desta vez, o chefe do Executivo relacionou a vacina contra a Covid-19 ao vírus da Aids. Por conta da fala de Bolsonaro, senadores que compõem a CPI da Covid-19 querem que um pedido de investigação contra o presidente seja enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com as informações, a solicitação em questão foi feita pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que afirmou que o assunto deverá ser votado nesta terça-feira (26), dia em que a apreciação do relatório final da comissão deve ser discutida.
“Quando o Presidente, de forma reiterada e consciente, mente e desinforma a população, milhares de pessoas deixam de buscar a vacinação, usar máscaras ou adotar medidas de cautela contra a Covid-19”, diz o senador.
Segundo ele, em seu requerimento pedindo a investigação de Bolsonaro, a consequência das pessoas seguindo os entendimentos do presidente “é o aumento no número de infectados, doentes e mortos”. “É o prolongamento do sofrimento causado pela pandemia”, afirma.
A declaração de Bolsonaro
A propagação da notícia falsa por parte de Bolsonaro aconteceu na quinta-feira (21), durante sua tradicional live nas redes sociais. Na ocasião, ele afirmou que relatórios oficiais do Reino Unido sugeriram que as pessoas totalmente vacinadas estariam desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) “muito mais rápido do que o previsto”.
“Só vou dar notícia, não vou comentar. Já falei sobre isso no passado, apanhei muito… Vamos lá: relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados… Quem são os totalmente vacinados?”, questionou.
“Aqueles que depois da segunda dose né… 15 dias depois, 15 dias após a segunda dose, totalmente vacinados… Estão desenvolvendo Síndrome da Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto”, respondeu o presidente. “Portanto, leiam a matéria, não vou ler aqui porque posso ter problema com a minha live”, completou.
Notícia falsa
Depois da declaração de Bolsonaro, o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido afirmou que a informação compartilhada pelo chefe do Executivo foi retirada de um site que propaga notícias falsas e que esta foi apenas mais uma das fake news publicadas pelo portal.
Vídeo retirado do ar
Após a repercussão negativa da declaração do presidente, assim como publicou o Brasil123, o Facebook retirou o vídeo da rede social. “Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”, informou a empresa, que também retirou o conteúdo do Instagram.
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