Na manhã desta segunda-feira (20), o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que o governo aguarda até o final da tarde de hoje uma resposta da Pfizer sobre a compra de vacinas contra Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos.
A gestão estadual quer saber se poderá adquirir os imunizantes diretamente da farmacêutica ou se terá que aguardar o repasse através do PNI (Programa Nacional de Imunização), do Ministério da Saúde, que já indicou que a vacinação de crianças não é consenso na pasta e a decisão pode tardar ao menos até janeiro.
Segundo Gorinchteyn, se a Pfizer não der uma resposta positiva sobre a venda direta de 9 milhões de doses da vacina ao estado de São Paulo, o governo paulista planeja acionar o STF (Supremo Tribunal Federal).
“Resposta [da Pfizer] virá hoje, no final de tarde e, se não tivermos a resposta que precisamos, que é a autorização de aquisição de vacinas pelo estado, estaremos nos reportando para judicialização ainda hoje no STF”, disse o secretário em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (20).
Como o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que não há pressa para começar a vacinação de crianças contra a Covid-19, Gorinchteyn retrucou o posicionamento da pasta dizendo que a especialidade do ministro é cardiologia e não infectologia.
“Especialidade dele é cardiologia e a nossa é infectologia e saúde pública e sabemos que no Brasil a mortalidade é 10 vezes maior que os EUA, não só por comorbidades, mas também por crianças estarem em regiões de difícil acesso. É sim uma emergência, e é para agora, não é para daqui a pouco”, afirmou Gorinchteyn, mostrando seu descontentamento com o posicionamento do Ministério da Saúde sobre o tema.
São Paulo ameaça acionar o STF sobre vacinas da Pfizer para crianças
Na avaliação do governo paulista, o STF tem poderes para garantir o recebimento imediato das doses de vacinas da Pfizer para crianças.
“Recebemos um parecer do Ministério da Saúde de forma totalmente oficiosa [afirmando] que a Pfizer só teria 15 milhões de doses para oferecer a todo o país”, explicou o secretário. Para ele, esse fato torna ainda mais urgente a aprovação de uso da CoronaVac em crianças.
“Quanto antes tivermos um parecer da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], poderemos fazer composição da Pfizer com a Coronavac. (…) Não deve ser mantida fora do programa de imunização”, finalizou o secretário.