A variante Ômicron do novo coronavírus tem a capacidade de contornar melhor a imunidade de pessoas vacinadas do que a variante Delta, segundo um estudo dinamarquês. De acordo com os pesquisadores, essa seria a principal razão para a alta transmissibilidade da cepa, que já está sendo considerada o vírus de propagação mais rápida da história.
Desde que foi detectada há cerca de dois meses, a variante Ômicron vem sendo apontada como a variante mais transmissível do novo coronavírus. No entanto, pouco se sabia sobre a razão pela qual a cepa consegue se espalhar tão rapidamente.
Segundo os cientistas, um vírus pode ser mais transmissível por uma série de motivos, como o tempo que fica no ar, sua capacidade de se prender às células humanas ou então seu poder de contornar o sistema imunológico do corpo.
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Após analisar dados de cerca de 12 mil famílias dinamarquesas em meados de dezembro, os cientistas concluíram que, entre pessoas vacinadas, a Ômicron é entre 2,7 a 3,7 vezes mais infecciosa que a variante Delta.
O estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Copenhague, Statistics Denmark e do Statens Serum Institut (SSI), indica que a Ômicron se propaga mais rapidamente porque tem maior capacidade de escapar da imunidade conferida pelas vacinas contra Covid-19.
“Nossas descobertas confirmam que a rápida disseminação da (variante) Ômicron pode ser atribuída principalmente à evasão do sistema imunológico, em vez de um aumento inerente na transmissibilidade básica”, disseram os pesquisadores do estudo, que ainda não foi revisado por pares.
Vacinados com dose de reforço transmitem menos a Ômicron
No mesmo estudo, os pesquisadores descobriram que pessoas que tomaram a dose de reforço têm menos probabilidade de transmitir o vírus, seja qual for a variante, quando comparadas com pessoas não imunizadas.
“Embora a Ômicron ainda seja capaz de exercer pressão sobre nosso sistema de saúde, tudo indica que é mais suave do que a variante Delta”, disse a diretora técnica do SSI, Tyra Grove Krause. “Isso pode nos tirar da pandemia, de modo que se torne a última onda de coronavírus”, concluiu.