O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), informou que a cidade irá adotar o passaporte da vacinação contra Covid-19 para liberar a entrada em estabelecimentos. Especialistas da área de saúde elogiaram a medida, enquanto bares e restaurantes a criticaram.
“Sou a favor. É muito grave essa questão do não entendimento de que vacinar-se no momento epidêmico tão grave em que vivemos não é uma medida individual”, disse a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Margareth Dalcomo, em entrevista ao portal UOL.
A infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Rosana Richtmann, também apoia o passaporte da vacinação contra Covid-19. Para ela, “não se vacinar é um direito, mas expor os outros em ambientes fechados daí não é um direito”.
“A gente sempre tenta conscientizar as pessoas através da ciência, dos dados, das coisas mais transparentes possíveis, mas a gente vê que muitas vezes o que realmente funciona é quando você faz medidas restritivas, daí, sim, mexe no dia a dia das pessoas, que se veem quase que obrigadas a ir atrás da vacinação para poder frequentar os lugares”, completou a médica em entrevista ao UOL.
Associação de bares e restaurantes rejeita passaporte da vacinação
No entanto, nem todo mundo gostou do anúncio do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O passaporte da vacinação contra Covid-19 nem saiu do papel e já sofre com críticas de proprietários de restaurantes e bares.
“É um conjunto de insensatez que, ao nosso ver, só tumultua o ambiente. Teria que haver mais diálogo, preparação e avaliação da viabilidade”, afirmou o presidente da Abrasel (Associação de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci, à reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
Na avaliação de Solmucci, a medida pode limitar o acesso de pessoas de outros estados onde a campanha de imunização esteja mais atrasada do que em São Paulo. Ele também ressaltou que o passaporte da vacinação contra Covid-19 deixará de fora aquelas pessoas que não podem tomar o imunizante por recomendação médica.