Nesta segunda-feira (3), o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Gustavo Mendes, mostrou otimismo com a CPI da Covid-19, dizendo que a investigação servirá para diminuir dúvidas de que a agência tem agido baseada em orientações políticas. A declaração foi dada em entrevista ao programa Opinião no Ar, da Rede TV.
A CPI da Covid investigará os contratos assinados pela Anvisa e serão solicitadas gravações das reuniões da agência. Segundo Gustavo, todos os vídeos poderão ser disponibilizados.
“A questão da CPI traz a importância de sermos muito transparentes em todas as questões”, disse. “Eu posso afirmar que a nossa análise é técnica, porque as nossas questões são técnicas e fazem parte da discussão científica”, reforçou.
O depoimento do presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, à CPI está agendado para esta quinta-feira (6), no mesmo dia que a participação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Rejeição da Sputnik V pela Anvisa não significa que vacina esteja inviabilizada
Gustavo Mendes também falou sobre a reprovação do pedido de uso e de importação da vacina russa Sputnik V. Segundo o diretor-geral de Medicamentos da Anvisa, o fato de a agência não ter aprovado o imunizante no momento não significa que a vacina esteja inviabilizada.
“Os dados que foram apresentados para a gente trouxeram informações que geraram muitas incertezas e muitas dúvidas, por isso a gente sugeriu a não aprovação neste momento”, explicou. “Com os dados que nós temos até o momento, não é possível recomendar. Mas isso não significa que a vacina esteja inviabilizada”.
Os questionamentos feitos pela Anvisa, segundo Gustavo, são de caráter técnico e podem ser esclarecidos pelo Instituto Gamaleya, fabricante da Sputnik V.
“Estudos adicionais podem ser viabilizados, desenvolvimento ou readequação daquilo que nós consideramos crítico podem ser feitos para que a gente possa considerar a aprovação dessa vacina”, afirmou.