A polícia chinesa prendeu mais de 80 suspeitos de participar de grupo criminoso que fabricava e vendia vacinas da Covid-19 falsas. Conforme a agência oficial de notícias Xinhua, a quadrilha também comercializava o produto, que consistia em uma solução salina simples, a outros países. As prisões ocorreram na capital Pequim e em mais duas províncias, Jiangsu e Shandong. De acordo com as investigações, o grupo está ativo desde setembro.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, disse nesta terça-feira (2) que a China já relatou a situação aos países relevantes. “O governo chinês valoriza muito a segurança das vacinas e continuará a envidar esforços para processar rigorosamente quaisquer falsificações, vendas falsas e negócios ilegais e outras ações relacionadas que envolvam vacinas”, afirmou.
A China tem uma longa história de escândalos de vacinas com problemas de fabricação e assim como em práticas comerciais. Em 2016, a polícia prendeu duas pessoas que eram responsáveis por uma quadrilha que vendia milhões de imunizantes armazenadas indevidamente em todo o país. Em resposta aos escândalos, a China reformou os regulamentos de segurança de vacinas e aumentou as penalidades criminais para aqueles que fazem falsificações.
Vacinas chinesas contra a Covid-19
Internamente, muitos cidadãos chineses não confiavam nas vacinas produzidas no país e pesquisas anteriores mostraram que a confiança nas vacinas caiu após escândalos como o de 2016. No entanto, desde que a pandemia atingiu, a confiança tem sido alta. Um total de 74% dos entrevistados em uma pesquisa recente publicada na revista de negócios chinesa Caixin disseram que receberiam a vacina da Covid-19 se estivesse disponível.
A China tem pelo menos sete imunizantes contra o novo coronavírus na última fase de testes clínicos. Além disso, um imunizante já foi aprovado para uso doméstico, feito pela estatal Sinopharm.
Os fabricantes de vacinas chineses aproveitaram a oportunidade oferecida pela pandemia para se tornarem globais. É o caso, por exemplo, da Sinopharm e da Sinovac, que fornece as vacinas para o Brasil em parceria com o Instituto Butantan. As farmacêuticas chinesas já fizeram acordos ou doaram as doses a pelo menos 27 países ao redor do mundo.
Dentro da China, mais de 24 milhões de doses produzidas em casa foram aplicadas na campanha de vacinação em massa. Até agora, o país se absteve de imunizar os mais idosos. Em vez disso, tem como alvo grupos-chave, como trabalhadores médicos e trabalhadores que trabalham em indústrias relacionadas com alimentos, bem como adultos com idades entre 18 e 59 anos.