O laboratório indiano Bharat Biotech, fabricante da vacina Covaxin contra Covid-19, anunciou o rompimento do acordo de representatividade com a Precisa Medicamentos no Brasil. Com a decisão, o memorando de entendimento firmado em novembro de 2020 foi rescindido e a Precisa deixou de representar o laboratório.
A Bharat Bioteh ainda afirmou que não reconhece a autenticidade de dois documentos com uma suposta assinatura do laboratório enviados pela Precisa ao Ministério da Saúde sobre a venda da vacina Covaxin. Já a empresa brasileira se defende dizendo que “jamais praticou qualquer ilegalidade e reitera seu compromisso com a integridade nos processos de venda, aprovação e importação da vacina Covaxin”.
Os documentos enviados pela Precisa apresentam inconsistências em partes básicas, como o nome do laboratório indiano e o endereço, que contém erros primários de inglês.
“Recentemente fomos informados de que certas cartas (anexas), atribuídas a executivos da companhia, estão circulando na internet. Gostaríamos de negar enfaticamente que esses documentos tenham sido emitidos pela companhia ou por seus executivos e, portanto, negamos este fato”, diz a Bharat.
Fabricante tentará aprovação da Covaxin diretamente com a Anvisa
Um dos documentos não reconhecidos pela Bharat diz que a Precisa “está autorizada a participar de todos os processos de aquisição oficiais do Ministério da Saúde”, “negociando preços e condições de pagamento, assim como datas de entrega e todos os detalhes pertinentes à operação”.
Já o outro documento negando a existência de fatos impeditivos para que a Bharat fosse contratada pelo Ministério da Saúde, que já anunciou que suspendeu o contrato de aquisição da Covaxin e que não precisa das 20 milhões de doses da vacina no momento.
O contrato entre Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos foi suspenso após as negociações de compra da vacina Covaxin se tornarem alvo de investigação por parte da CPI da Covid e do Ministério Público Federal.
Apesar do rompimento com a Precisa, a Bharat diz que irá continuar tentando a aprovação de uso da Covaxin pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A fabricante da vacina também frisa que suas ações seguem ” os padrões mais elevados de ética, integridade e ‘compliance’ a todo o tempo”.