Uma cena comovente foi registrada na cidade de Peruíbe, no litoral de São Paulo. Por lá, o corpo de um idoso, que morreu depois de mais de seis horas esperando uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), foi protegido por cachorros, que não deixavam ninguém se aproximar.
De acordo com Andreia Nunes, uma moradora que estava no local, em entrevista ao portal “G1” publicada no domingo (31), ela viu o momento em que o idoso morreu. Segundo ela, a vítima faleceu caído no chão de um bar, gritando de dores.
Além disso, ela conta que, durante todo o momento, os cachorros, ficaram junto ao corpo, o protegendo, sem deixar ninguém se aproximar de Damião de Almeida, de 68 anos, que morreu sem nenhuma ajuda.
Idoso pedindo socorro
Segundo Andreia Nunes, o caso aconteceu na sexta (29). Na ocasião, ela estava passando na frente do bar quando ouviu os gritos do idoso e parou para tentar ajudar.
Conforme ela explica, o dono do estabelecimento explicou que Damião estava se queixando de muitas dores nas costas e, por isso, o Samu havia sido acionado. Todavia, passado mais de quatro horas, nada de atendimento.
De acordo com Andreia, ela voltou a ligar para o Samu mais duas vezes. Em uma dessas, após não saber explicar o que o idoso tinha, uma atendente afirmou que ninguém morria de dor, e que havia atendimentos mais urgentes a serem realizados.
“Um descaso total. Ainda depois, a polícia chegou e perguntou por que não socorremos, mas eu não dirijo, não tínhamos como levar ele, a ambulância tinha que ter vindo. Só veio depois que ele morreu, mas era tarde demais”, começou.
“Ele estava se debruçando e gritando de dor, morreu ali no chão de um bar, sozinho, sem socorro. E quando ligamos, antes de ele falecer, o atendente ainda disse que ninguém morria de dor”, desabafou a mulher.
Após a morte, a Polícia Militar (PM) foi acionada para atender a uma ocorrência de “encontro de cadáver”. Ao chegar, eles encontraram o idoso caído no chão cercado pelos cães. Em nota, a Prefeitura de Peruíbe negou que o idoso tenha esperado seis horas, dizendo que a espera foi de pouco mais de 30 minutos. Agora, a Polícia Civil investigará o caso.
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