A família de Lenilda dos Santos finalmente pôde se despedir da brasileira, que foi encontrada morta no deserto, local este que ela se encontrava porque tentava entrar nos Estados Unidos (EUA). O corpo dela chegou ao Brasil e foi enterrado na segunda-feira (15) em Ouro Preto do Oeste, Rondônia.
Lenilda, de 49 anos, era técnica de enfermagem e foi encontrada morta no deserto em setembro deste ano. Segundo as informações, a mulher foi abandonada por um coiote, que é quem recebe para atravessar os imigrantes ilegalmente pelas fronteiras e por amigos, que também tentavam atravessar a fronteira do México para entrar nos EUA.
De acordo com as informações, Lenilda tentava ir para os EUA com o objetivo de “dar uma melhor qualidade de vida para a família”. Com ela, estavam mais duas pessoas. Eles passaram 33 dias na mesma casa aguardando um bom momento para atravessar o deserto.
Quando este dia chegou, eles partiram e, no segundo dia, Lenilda estava muito desidratada e passando mal. Conforme a família da vítima, ela enviou mensagens revelando que os amigos seguiram sem ela, mas voltariam para buscá-la, sendo que ela precisaria somente andar até um local combinado.
Passados nove dias, Lenilda foi encontrada morta. “Eles abandonaram ela na segunda. Ela ainda caminhou a terça todinha, chegou no lugar que tinha que chegar e ninguém veio buscar”, relata Genifer Oliveira, filha da mulher.
O enterro de Lenilda
O corpo de Lenilda chegou na cidade do Vale do Paraíso, onde ela morava, na manhã de segunda. Por lá, amigos, familiares e colegas de profissão prestaram suas homenagens para ela. Depois das solenidades, o corpo da vítima foi encaminhado para Ouro Preto do Oeste, uma cidade vizinha, onde foi enterrado.
Em entrevista à “TV Globo”, Francieli Gomes, amiga de Lenilda, afirmou que a situação causou dor na família, principalmente por conta da demora para o retorno para casa. Mas, agora, relatou ela, o sentimento foi de alívio.
“O sentimento agora é de alívio porque a família estava sofrendo demais. Dá um conforto saber que ela está aqui. Ela foi uma grande mulher. Somos de cidade pequena e todos sabem o tanto que ela lutou para fazer enfermagem, do sonho de ir para os Estados Unidos. Tudo sempre em função da família”, disse.
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