Copom eleva juro básico da economia para maior patamar desde 2016

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (15) o 11º aumento consecutivo da taxa Selic. A saber, a taxa corresponde ao juro básico da economia brasileira. Com a elevação de 0,5 ponto percentual (p.p.), a Selic passou de 12,75% ao ano para 13,25% ao ano.

Esse é o maior patamar dos juros básicos no país desde dezembro de 2016, época em que a taxa estava em 13,75% ao ano. Inclusive, todas as elevações da Selic que vêm ocorrendo nos últimos meses possuem o objetivo de controlar os avanços da inflação no país.

A decisão veio em linha com as expectativas dos analistas. Na verdade, o Copom passou a aumentar o aperto monetário em agosto do ano passado devido à inflação, que até desacelerou em maio, mas continua muito elevada a ritmo anual.

Aliás, as expectativas para a taxa inflacionária global em 2022 estão ainda mais pessimistas devido à guerra entre Rússia e Ucrânia e todos os impactos globais do conflito.

Veja como a alta da Selic impacta a sua vida

Em primeiro lugar, vale destacar que a pandemia da Covid-19 afundou a economia global em 2020, incluindo a brasileira. Por isso, o Copom decidiu reduzir a Selic no decorrer de 2020, e a taxa caiu para 2,0% ao ano em agosto, mantendo-se assim até março de 2021.

Contudo, a crise sanitária afetou a cadeia produtiva global de diversos setores, o que fez os preços dos bens e serviços dispararem em 2021. E a forte demanda impulsionou ainda mais a inflação no ano passado. Isso fez o Copom reverter as reduções e passar a elevar repetidas vezes a Selic em 2021.

Diante desse cenário, quem mais sofre é a população. Em resumo, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços. Quanto mais alta ela estiver, mais altos ficarão os juros no país. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.

Dessa forma, a tendência é que haja uma redução da “inflação por demanda”, uma vez que as pessoas passam a comprar menos, pois têm menos dinheiro em mãos. No entanto, até agora, a inflação continua elevada, bem como os juros. Em outras palavras, a população está sofrendo de ambos os lados, e isso deve continuar no decorrer do ano.

Leia também: Juros nos EUA têm maior alta desde 1994; veja como isso afeta sua vida

Ruan Samarone

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