Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra o comerciante e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Alberan de Freitas Epifânio, confessando que amarrou e espancou um quilombola em situação de rua na cidade de Portalegre, localizada no oeste do Rio Grande do Norte.
“Não estou arrependido, não. Eu faço isso, fiz e faço quantas vezes for preciso”, disse o comerciante, que foi flagrado dando chutes nas costas de um homem identificado como Luciano, que nas imagens está com pés e mãos amarrados e chora de cabeça baixa.
Na gravação também é possível ouvir algumas mulheres conversando. Uma delas diz que o suspeito quer linchar o quilombola. Em seguida, uma outra mulher diz: “não mate, não”. Em resposta, o comerciante afirma que matar seria o único jeito de ele se defender.
“Mato, mato ele. O que é meu eu tenho o direito de defender”, disse o comerciante que, segundo informações do portal “Mossoro hoje”, teria espalhado pela cidade que o quilombola seria um bandido, que sempre estava drogado.
As agressões do comerciante
Ainda segundo o portal, Luciano teria ficado insatisfeito com as acusações e teria reagido atirando pedras no comércio de Alberan e insultando o comerciante que, na gravação das agressões, aparece usando uma máscara em apoio a Bolsonaro.
Por conta da represália do quilombola, o comerciante teria partido para cima do morador de rua para espancar, amarrar e arrastá-lo pela rua, protagonizando cenas de tortura no meio da via. Até o momento, a polícia local não divulgou informações sobre o estado de saúde da vítima.
Repercussão do caso
O vídeo, de acordo com as informações, foi gravado no sábado (11), mas somente hoje viralizou. Nas redes sociais, nesta terça-feira (14), Fátima Bezerra (PT-RN), governadora do Rio Grande do Norte, disse que sua gestão não será conivente e “não compactuará com manifestações eivadas de discriminação, intolerância, ódio e abusos de quaisquer naturezas”.
Nesse sentido, em uma publicação no Twitter, ela afirmou que determinou que o caso seja investigado. “Determinei ao secretário de Segurança, coronel @CoronelAraujoPM, e à delegada-geral da Polícia Civil, dra. Anna Cláudia, a apuração imediata e rigorosa do caso que envolveu um quilombola em Portalegre e que deixou a todos estarrecidos”, disse a gestora do estado.
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